O Banco Central (BC) comunicou, por meio da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês, que voltará a utilizar o "horizonte usual" de política monetária, referente aos anos-calendário no próximo trimestre. Atualmente, o colegiado vem dando ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente em suas projeções, o que, no momento, coincide com o terceiro trimestre de 2024. O Copom manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano pela quarta vez consecutiva.
O motivo para a mudança nos encontros que ocorrem entre abril e junho, segundo o BC, é que, nesse período, o horizonte de seis trimestres à frente vai coincidir com o fim de 2024, ou seja, com o ano-calendário.
"O Comitê optou por novamente dar ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente em suas projeções, mas antecipa que, para o próximo trimestre, o Comitê voltará a utilizar o horizonte usual, referente aos anos-calendário, uma vez que o horizonte de seis trimestres à frente coincidirá com o ano-calendário de 2024, não havendo assim mais efeito direto decorrente das mudanças tributárias no horizonte usual", disse o BC, na ata.
O Copom passou a dar ênfase a esse horizonte de seis trimestres à frente após a introdução da política de desoneração dos tributos federais sobre os combustíveis do governo Jair Bolsonaro, que, a princípio, duraria apenas até o fim de 2022. Nos primeiros dias de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, estendeu a política até o fim de fevereiro quando se trata da gasolina e do etanol e até o final do ano para o diesel e o gás de cozinha.
A desoneração gerou uma forte deflação nos preços dos combustíveis no ano passado, que ajudou o alívio no IPCA – índice oficial de inflação. O retorno dos impostos, por sua vez, deve ter o efeito contrário.