Estadão

Ibovespa tem instabildiade com NY, antes de falas de presidente do Fed

A valorização firme do petróleo é insuficiente para animar o Ibovespa nesta terça-feira, 7, dado que em Nova York os índices futuros de ações cedem, com os investidores à espera da participação do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, em evento, à tarde.

Na segunda-feira, o índice Bovespa interrompeu uma série de três pregões seguidos de baixa, ao fechar com variação positiva de 0,18%, aos 108.721,58 pontos. Praticamente desde cedo, o Ibovespa opera em queda moderada. No pior momento, cedeu 0,59%, com mínima diária aos 108.079,30 pontos. Em Nova York, os sinais são divergentes, perto da estabilidade.

"Os mercados estão meio lateralizados Ibovespa e Nova York, sem muita notícia. Não dá para considerar um movimento expressivo tanto para cima como para baixo. O que salvou a Bolsa ontem foram as ações da Petrobras", diz Luan Alves, analista chefe da VG Research.

Está meio sem direção, esperando as falas de Powell perto de 15h", diz Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

O debate sobre a política monetária doméstica e nos EUA fica no radar, à medida que são crescentes as estimativas de que os juros continuarão altos por mais tempo do que o imaginado nos dois países.

Há pouco, em evento nos EUA, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que a principal razão de autonomia do BC é desconectar a política monetária do ciclo político.

A participação de Campos Neto ocorreu num momento em que vem recebendo continuadas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por manter a Selic em 13,75% ao ano, como o fez na semana passada. A expectativa, conforme uma leitura preliminar da ata informada mais cedo, é que este nível permanecerá por mais algum tempo.

No documento, o BC enfatizou que o Copom conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas de inflação e frisou os riscos fiscais. Repetiu que o Comitê não hesitará em retomar ajuste se a desinflação não ocorrer como o esperado. Ainda, reconheceu que o pacote da Fazenda reduziria o risco de alta sobre a inflação.

Vale lembrar que ontem o ministro da Pasta, Fernando Haddad, afirmou que o BC "poderia ter sido mais generoso" com o governo no comunicado do Copom (na semana passada) que sinalizou incertezas fiscais. Haddad se reúne hoje com os governadores e secretários de Fazenda para debater as perdas de arrecadação geradas pela redução das alíquotas do ICMS.

"Mais importante na ata é que deixaram claro os riscos fiscais, que a taxa de juros deve permanecer no atual nível por mais tempo. Ainda tem a parte em que cita a Fazenda e o Haddad dizendo hoje que o tom do documento foi mais amigável", avalia Paulo, da Manchester.

Às 11h24, o Ibovespa cedia 0,06%, aos 108.8652,79 pontos. Vale subia 0,16%. Petrobrás avançava 0,54% (PN) e 0,66% (ON). Entre os grandes bancos, o sinal era de queda em sua maioria, com destaque para Itaú Unibanco (-1,43%), que divulga balanço após o fechamento da B3.

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