O dólar opera em baixa no mercado doméstico nesta quarta-feira, 8, alinhado ao recuo da divisa americana e dos retornos dos Treasuries no exterior. Os investidores reduzem posições defensivas enquanto esperam novas declarações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em café da manhã com o Conselho Político da Coalizão e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e de seis dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) ao longo desta quarta-feira.
Lula e Haddad vão discutir com lideranças de partidos da base do governo no Congresso sobre a reforma tributária e a medida provisória que restabelece o voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Também o secretário extraordinário para a Reforma Tributária, Bernard Appy (12 horas) e o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra Fernandes (16 horas), falam em eventos que serão monitorados pelos investidores.
Na terça, os investidores refizeram posições defensivas, com altas do dólar e dos juros longos, após o presidente Lula voltar a atacar a política monetária do Banco Central comandado por Roberto Campos Neto. "Não é possível que a gente queira que o País volte a crescer com juro em 13,75%", disse Lula a jornalistas.
O presidente também falou sobre a tentativa de reverter na Justiça a privatização da Eletrobras, elevando os temores de interferência do governo no processo de venda da companhia. Segundo o presidente Lula, a Advocacia-Geral da União (AGU) vai entrar na Justiça contra cláusulas do processo de privatização da Eletrobras, chamado por ele de "leonino".
Nos Estados Unidos, após o presidente do Fed, Jerome Powell, dar certo impulso às bolsas ontem, ao dizer que o processo desinflacionário já teve início, os investidores redobram a atenção às falas de vários dirigentes da instituição, entre eles, a diretora Lisa Cook e o presidente da distrital de Nova York, John Williams. Powell alertou também que, caso a economia dos Estados Unidos continue dando sinais fortes, a autoridade terá de seguir elevando as taxas de juros no país.
Powell reforçou a mensagem após a reunião de política monetária da semana passada, quando o Comitê Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) antecipou que aumentos contínuos das taxas seriam apropriados. Powell afirmou que a política ainda não está "suficientemente restritiva", mas que as condições financeiras estão mais alinhadas após o payroll de janeiro.
Às 9h17, o dólar à vista caía 0,31%, a R$ 5,1837. O dólar março recuava 0,66%, a R$ 5,1985. Às 9h36, o dólar à vista renovava a mínima a R$ 5,1677 (baixa de 0,62%) e o dólar março cedia a R$ 5,1835 (recuo de 0,95%).