Estadão

Sede da OAB-RJ é esvaziada após ameaça de bomba

O prédio onde funciona a sede da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), no centro da capital fluminense, foi esvaziado às pressas por volta do meio-dia desta quarta-feira, após serem encontradas duas cartas anônimas afirmando que uma bomba explodiria dentro do imóvel. O Esquadrão Antibombas da Polícia Civil foi acionado, iniciou uma varredura pelo prédio e, até a publicação desta reportagem, não havia encontrado nenhum artefato explosivo.

A carta afirma que "uma bomba foi instalada no edifício (…) e está programada para explodir neste dia 15. (…) Os efeitos serão catastróficos". Segundo a mensagem, seria o início de uma série de atentados "em diversos órgãos" para "acabar com essa política idiota de exclusão nepotismo vantagens pessoais anuidades caras vaidade absurda reacionarismo barato de uma burguesia hipócrita que se preocupa somente com a indicação pelo quinto constitucional" (sic).

O quinto constitucional está previsto no artigo 94 da Constituição brasileira e determina que um quinto das vagas de determinados tribunais do País seja preenchido por advogados e membros do Ministério Público, e não por juízes de carreira.

O texto segue: "O poder a todo o custo (sic) tem seu preço. A OAB pagará preço caro por adotar essa política de manter em seus quadros a direita extremista misógena (sic) homofóbica racista". E conclui: "Esvaziem o prédio porque os efeitos serão impactantes. Muitos serão feridos ou perderão suas vidas."

Dois exemplares da carta foram deixados no prédio – um dentro de um elevador e outro no banheiro do 7º andar – e encontrados por funcionários terceirizados responsáveis pela limpeza do imóvel. Segundo a OAB-RJ, existem câmeras de segurança no prédio, cujas imagens serão pesquisadas pela polícia.

No momento em que as cartas foram encontradas e o prédio foi esvaziado, estava ocorrendo uma cerimônia de entrega de carteiras da OAB para advogados aprovados em concurso recente.

Até o início da tarde desta quarta-feira não havia suspeita de quem pudesse ter distribuído as cartas ou planejado o atentado.

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