O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro André Ceciliano (PT) para o cargo de secretário Especial de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.
A nomeação foi publicada nesta sexta-feira, 17, assinada por Lula e pelo ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais. Ceciliano integrou o grupo técnico sobre Pequenas Empresas no grupo de transição do governo e é considerado um petista moderado, com interlocução com grupos que vão do PSD ao PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No Rio, Ceciliano foi um dos responsáveis por aproximar Lula ao prefeito Eduardo Paes (PSD) e por manter diálogos com o atual governador Cláudio Castro (PL), que fez campanha por Jair Bolsonaro na última campanha.
Com um perfil pragmático, Ceciliano abriu uma disputa entre petistas e pessebistas pela candidatura ao Senado no ano passado. O então presidente da Alerj disputou com Alessandro Molon (PSB) a vaga na chapa de Marcelo Freixo (PSB) ao governo do Rio. No fim, os dois concorreram, mas não foram eleitos.
Ex-deputado estadual e ex-prefeito de Paracambi, cidade do interior do Rio de Janeiro, Ceciliano assumiu a presidência da Alerj em 2017 para um mandato-tampão, em meio a doenças e prisões de deputados à frente dele na linha sucessória. Ceciliano conduziu sua gestão como uma espécie de antítese de Jorge Picciani (MDB), o ex-cacique emedebista que comandou a Casa por anos e foi preso no âmbito dos esquemas envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral (MDB).
Ceciliano foi investigado pelo Ministério Público do Rio com base no mesmo relatório de inteligência financeira que deu origem às apurações contra o hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). No caso dele, a investigação não teve grandes avanços, como o cumprimento de medidas cautelares.
Em nota, Ceciliano diz que o inquérito acerca do caso foi devidamente concluído e arquivado depois que o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro, ao fim de dois anos de investigação, constatou que não houve qualquer transferência de recursos ou valores de funcionários do gabinete do ex-deputado para as suas contas pessoais, de seus familiares ou entre os próprios servidores. "Isso é de conhecimento público e já foi objeto de inúmeras matérias, disponíveis em buscas na Internet", diz.
"O secretário, à época, abriu seus sigilos bancários e fiscal, com total transparência e em nenhum momento tentou impedir ou suspender a investigação", reitera, em nota.