Após meses de debate, a oposição turca finalmente escolheu ontem o veterano líder social-democrata Kemal Kiliçdaroglu, de 74 anos, como candidato para disputar a presidência contra Recep Tayyip Erdogan, em 14 de maio. Seis partidos decidiram fazer uma aliança na esperança de derrotar Erdogan, no poder desde 2003.
Kiliçdaroglu é economista e acadêmico, líder do Partido Popular Republicano (CHP), um dos mais tradicionais da Turquia. "Todos juntos, restabeleceremos o poder da moralidade e da justiça", declarou o líder opositor, logo após o anúncio de sua candidatura pela coalizão batizada de Aliança Nacional.
Parte da oposição havia criticado a escolha de Kiliçdaroglu por sua falta de carisma para enfrentar Erdogan nas urnas. Meral Aksener, ex-ministro do Interior e um dos nomes mais fortes da oposição, disse que a escolha de Kiliçdaroglu era um risco desnecessário. Ele defendia a candidatura dos prefeitos de Istambul, Ekrem Imamoglu, ou de Ancara, Mansur Yavas.
<b>Pesquisas</b>
O presidente turco teve sua popularidade atingida pela crise econômica, mas não tanto pela lentidão dos serviços de resgate nas horas seguintes ao terremoto de 6 de fevereiro, que deixou quase 50 mil mortos – os números mostram uma pequena queda do presidente, mas menor do que se esperava.
Apesar das críticas, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de Erdogan, manteve boa parte do apoio popular, segundo duas pesquisas divulgadas na semana passada.
<b>Erros</b>
De acordo com as sondagens, a oposição não conseguiu avançar, em parte, devido ao atraso em nomear um candidato, mas também, segundo analistas, em razão da falta de um plano tangível para reconstruir as áreas devastadas pelo terremoto.
Mesmo assim, a disputa será uma das mais difíceis desde que o presidente chegou ao poder. Erdogan e o AKP perderam, em 2019, as prefeituras de Istambul e de Ancara, as duas principais cidades da Turquia, que ficaram nas mãos do CHP. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>