Estadão

Bolsas de NY fecham em queda de mais de 1%, após Powell indicar Fed agressivo

As bolsas de Nova York fecharam em queda hoje, em dia marcado por cautela seguindo comentários do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, reforçando expectativas por aperto monetário mais agressivo. Após as declarações, o mercado ampliou apostas por juros acima de 5,5% até o final do ano, o que prejudicou o apetite por risco em Wall Street.

No fechamento, o índice Dow Jones recuou 1,72%, a 32.856,46 pontos, e passou a registrar queda no acumulado de 2023 até o momento, em baixa de 0,88%. Já o S&P 500 teve perda diária de 1,53%, a 3.986,37 pontos; e o Nasdaq cedeu 1,25% na sessão, a 11.530,33 pontos.

Analista da Oanda, Edward Moya observou que o mercado de ações dos Estados Unidos "não tinha qualquer chance" após Powell mostrar que o Fed está confortável em levar os juros a níveis muito mais elevados. "Powell quer enviar uma mensagem clara de que o Fed fará o que for preciso para reduzir a inflação", avalia Moya.

Em depoimento no Comitê Bancário do Senado, Powell afirmou que os dados da economia americana ainda estão fortes, alertando que janeiro parece ter revertido parcialmente tendências de abrandamento da inflação. Segundo o dirigente, se "futuros dados" permanecerem fortes, o Fed pode elevar seus juros em um ritmo acelerado e a um nível muito maior do que o esperado.

Após as declarações, o mercado passou a precificar chance majoritária de aumento de 50 pontos-base nos juros na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) deste mês, conforme mostrou plataforma de monitoramento do CME Group.

A deterioração no sentimento de risco prejudicou ativos de risco e beneficiou ativos de segurança, como o dólar e a T-note de 2 anos, esta última registrando maior nível desde 2007.

Entre os destaques, o papel da Meta caiu em ritmo mais brando que os dos pares (-0,21%) após a <i>Bloomberg</i> informar que a empresa planeja ampliar as demissões.

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