A nova temporada do <i>Saia Justa</i> começa nesta quarta, 8, às 22h15, no GNT, em pleno Dia da Mulher, e contará com Xuxa como convidada. O quarteto que comanda o programa chega com mudanças. Agora entram Bela Gil e Gabriela Prioli, que passam a integrar a atração ao lado das veteranas Astrid Fontenelle e Larissa Luz.
No ar desde 2002, o programa altera o quadro de apresentadoras de tempos em tempos. Por ele já passaram nomes como Fernanda Young, Mônica Waldvogel, Marisa Orth e Rita Lee, que foram as quatro a iniciar a trajetória. Também integraram o time Barbara Gancia, Maria Ribeiro, Mônica Martelli, Luana Xavier, Gaby Amarantos e Sabrina Sato, entre outras.
Para falar dessa fase que está iniciando, Astrid e Gabriela responderam algumas questões, confira a seguir.
<b>Há algum tema que precisa sempre estar na pauta do debate no Saia?</b>
Astrid: Acho que a gente, mais do que nunca, tem que bater e rebater na tecla do respeito, da equidade, do tratamento que é dado a mulher. Posso ficar falando aqui sobre os números de feminicídio, nunca antes tanto, que temos um avanço histórico, exemplar pro mundo, que é a Lei Maria da Penha, mas, ao mesmo tempo, ainda temos sofrido grandes derrotas nos últimos anos. Então, a gente precisa trazer mais homens para esse debate, como nossos grandes aliados nesse tema.
Gabriela: Não sei se eu diria que um tema precisa estar sempre na pauta do debate. Eu acho que uma afirmação precisa orientar todos os debates, que é: o apreço pela liberdade e o respeito pela divergência – que tem tudo a ver com o apreço pela liberdade. Então essa convicção tem que informar todas as discussões.
<b>O que esperam de um Dia da Mulher para estrear e contar ainda com um nome com a Xuxa? O que podemos esperar desse bate-papo?</b>
Astrid: Neste ano a gente vai viver uma coisa diferente, pois o Saia Justa volta no início de março e justo no dia 8, em pleno Dia Internacional da Mulher. E aí, a gente não só vai estar antenada nas principais pautas que rolarem nas redes sociais neste dia, para ter um programa bem quente, mas também vamos buscar um recorte de conversa sobre a hora de recomeçar, de mergulhar de cabeça em um novo projeto. E teremos o auxílio, pra lá de luxuoso, de uma pessoa muito querida pela gente, que é a Xuxa. Eu me aproximei muito dela no ano passado. Ela foi uma figura, uma mulher muito importante para as eleições, de muitas ferramentas. Se mostrou muito preocupada, muito atenta, bastante participativa, e ela foi importante porque furou a minha bolha. Então, a gente vai estar juntas pela primeira vez depois dessa experiência que a gente teve por WhatsApp, tão intensa.
Gabriela: Eu vejo como super importante no Dia Internacional da Mulher a gente estrear a nova temporada de um programa que tem mulheres como protagonistas, não só na apresentação, como por trás das câmeras, e com a possibilidade de a gente poder debater e conversar com a Xuxa, que é um ícone há tantos e tantos anos, e que vivenciou a chegada da mulher no espaço de poder, e ainda vivencia, em épocas muito distintas. Então, que teve a oportunidade de aprender, mas aprendeu sobre os holofotes. Eu acho que isso traz uma perspectiva importante para a gente avaliar e entender como ela se desenvolveu nesse período, e aprender com ela, trocar, pra que, enfim, todo mundo possa crescer a partir dessas considerações desses insights. Estou muito animada. Acho bem significativo. Gostei muito da escolha da data para estreia da nova temporada do programa.
<b>Existe a preocupação com as redes sociais, com os comentários agressivos? Como lidam com isso?</b>
Astrid: A gente tem uma preocupação de entregar conteúdo de qualidade. Quando você entrega conteúdo de qualidade, o comentário agressivo não reverbera. Portanto, acho que as quatro já atingiram um patamar de maturidade, mas também entregam um conteúdo indiscutível, inquestionável. A gente não é agressiva e a gente não revida. Acho que o não revidar é uma é uma parte bem importante.
Gabriela: Olha, eu acho que o fenômeno das redes sociais e dos haters, especificamente, é um objeto de interesse para que nós entendamos o fenômeno como um todo. Mas, a preocupação do comentário agressivo, no sentido disso pautar o que a gente vai dizer ou orientar nossas decisões de vida, como a gente se comporta, isso de maneira nenhuma. O hater e a agressividade online é a exposição de um problema de quem manifesta a agressividade. Não tem nada a ver conosco, com quem sofre a agressão. Mas é um fenômeno que tem que ser estudado. Ele marca um desenvolvimento do nosso tempo, então a gente precisa olhar pra ele.
<b>Como será essa nova fase, haverá alguma mudança no estilo ou no formato?</b>
Astrid: Essa nova fase é uma fase que a palavra, pra mim, é motivação. A gente não tem mudanças radicais de formato, mas o estilo é impresso por cada uma das debatedoras do programa, e a gente vem aí com duas novas mulheres bem diferentes, né? Diferentes até do que a gente já teve no sofá. A Gabriela, em um momento de vida bem significativo, de mudança pela chegada de um bebê, e a Bela que está recém separada. Então a gente tem novas possibilidades de conversa. Pela primeira vez a gente vai ter uma advogada no sofá, o que conta também. E tem uma coisa que é importante a gente firmar: o Saia segue com o seu DNA de ser o programa mais relevante no que diz respeito à pauta feminina, tanto na televisão, quanto no online, que é um universo que a gente vai ampliar bastante.
Então a gente tem como missão desse programa ampliar as diferentes vozes da mulher contemporânea, e elas estão ali muito bem representadas por esse quarteto, onde eu entro como essa nova mulher de 60+ que imprime jovialidade, saúde, força de trabalho – que também sou mãe de adolescente, ao mesmo tempo. E todas as outras com as suas características. A Larissa, super empoderada, mulher negra, forte e com uma comunicação amorosa muito interessante – a gente para ouvir a Larissa. A Larissa fala com um tom de voz mais baixo e nos obriga a prestar atenção nela, no melhor sentido da palavra e na melhor forma de comunicação.
Esperem um novo sofá. Cada ser humano é único, cada pensamento é único e ali a gente tem que fazer com que os quatro pensamentos diferentes se completem. Nos dois encontros que tivemos de gravações piloto, deu match, deu liga, deu papo, deu assunto e da melhor forma possível, que é a característica do sofá do Saia. Com bastante conteúdo e relevância, mas também com leveza, humor e amorosidade.
<b>O que representa o Dia da Mulher, ainda se faz necessário, ainda é um dia para levantar questões relevantes ao mundo feminino?</b>
Gabriela: Todos os grupos minoritários ou minorizados, no caso das mulheres minorizadas – porque no Brasil nós somos a maioria numérica da população, mas em termos de representação nos espaços de poder somos minoritárias e estamos sub-representadas-, então, todos esses grupos precisam de qualquer ensejo para que discussões relevantes a essa sub representação, à desigualdade que marca a distribuição do poder, sejam empreendidas. Então, eu acho que o Dia Internacional da Mulher é necessário por isso, porque a gente não tem uma sociedade materialmente mais igual. A gente tem uma igualdade formal, prevista na lei, mas a gente ainda não evoluiu para uma igualdade material – isso, considerando não só o recorte de gênero, mas podemos também falar de vários outros recortes, pois se falamos de recorte de gênero, a gente está ignorando, por exemplo, o recorte de raça ou o econômico, que no Brasil são imprescindíveis. Mas, acho que essa é a importância do Dia Internacional da Mulher. Ele representa um chamado, um lembrete, para que nós não nos esqueçamos dessas discussões que precisam ser feitas para que a gente consiga evoluir de uma maneira mais justa.