A Fitch Ratings reduziu sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024 para uma alta de 1,7%, devido às incertezas em relação à direção política do governo. A agência cita, em relatório, que o governo espera entregar uma proposta de revisão da estrutura fiscal ainda em março, mas que a falta de clareza sobre essa proposta tem afetado de modo negativo as expectativas e a confiança do mercado.
O mesmo ocorre em relação às críticas feitas pelo governo à condução da política monetária.
"Os detalhes sobre as reformas tributária e trabalhista permanecem pendentes, e outros planos microeconômicos ainda estão tomando forma", acrescenta a Fitch.
A agência também elenca que é provável que o governo redirecione as estratégias de empresas públicas, como Petrobras e BNDES, para um maior investimento, embora a magnitude e o alcance dessas mudanças ainda não esteja claro, assim como as potenciais repercussões para o clima de investimento privado.
Para 2023, em contrapartida, a Fitch manteve a projeção de crescimento de 0,7% do PIB. "O afrouxamento fiscal do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva oferece algum suporte ao crescimento, mas apresenta em compensação desafios ao reforçar um viés de política monetária restritiva e aumentar as incertezas do mercado."