Um público de 300 pessoas com deficiência e seus acompanhantes participou na última sexta-feira (31) do Cine Inclusivo no Cinépolis do Parque Shopping Maia, que exibiu gratuitamente o filme Gato de Botas 2: O Último Pedido. A ação da Subsecretaria de Acessibilidade e Inclusão de Guarulhos foi realizada em parceria com o cinema e em alusão ao Dia da Síndrome de Down (21 de março) e ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo (2 de abril).
Foram realizadas duas sessões: uma em sala adaptada com volume do som mais baixo, mais luminosidade e portas abertas para pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) e a outra para as pessoas com demais deficiências. Os deficientes visuais usaram o aplicativo Movie Reading, que disponibiliza audiodescrição para acompanhar o filme. Além disso, todos os participantes ganharam pipoca, refrigerante e água para completar a diversão.
“O acesso ao lazer e ao entretenimento é um direito de todos e o projeto Cine Inclusivo reforça isso, impactando de maneira positiva na vida das pessoas. Algumas famílias vieram pela primeira vez ao cinema com seus filhos e tiveram a oportunidade de se divertir sem preocupação. Nosso objetivo é promover a inclusão e acolher as famílias atípicas possibilitando a experiência de um cinema mais agradável e acessível”, afirmou o subsecretário de Acessibilidade e Inclusão, Rubens Paulo.
O Cinépolis é uma multinacional mexicana com 4,2 mil salas de exibição no mundo. “Ações como esta são retornos que damos à sociedade. Temos que pensar em todos e é necessário que as pessoas com deficiência possam ter a oportunidade de ir ao cinema de uma forma tranquila. Por isso, fazemos sessões adaptadas para pessoas com TEA uma vez por mês”, disse o coordenador de Acessibilidade da empresa, Danilo Takaesu.
Descontração e inclusão
A dona de casa Iracildes Ramos Araújo levou o filho Gabriel, de quatro anos e sete meses, pela primeira vez ao cinema. Gabriel foi diagnosticado com transtorno do espectro autista no ano passado. “Quando soube dessa atividade no cinema com sala adaptada pensei que não podia perdê-la, pois os autistas precisam ser incluídos. É muito importante que ele interaja com outras crianças para ajudar no seu desenvolvimento”, disse a moradora do Vale dos Machados.
Correndo pelos corredores do espaço, Tiago, de sete anos, é portador de TEA, hiperativo e estava ansioso para assistir à película. Ele vive no Jardim Lenize e a mãe o trouxe para a primeira experiência no cinema. “Nunca o levei para ver um filme porque é agitado e seu comportamento pode incomodar outras pessoas. Mas aqui sei que não haverá problema porque todas falam a mesma língua e vão entender”, disse Fátima.
Junto com um grupo de 30 assistidos pela Casa de David, o professor de educação física Bruno Sartori contou que a turma ficou três anos sem sair da instituição por conta da pandemia. “A atividade é importante demais porque, como eles são residentes, dificilmente têm oportunidade de ir ao cinema e socializar como outras pessoas”, explicou.
Participaram também do Cine Inclusivo pessoas com deficiência atendidas pelo Núcleo Batuíra e pelas Casas André Luiz.