Estadão

Japão manda moradores de ilha buscarem abrigo após Coreia do Norte lançar míssil balístico

O governo do Japão pediu na manhã desta quinta-feira (noite de quarta-feira, 12, no Brasil) aos residentes da ilha de Hokkaido, no norte, que buscassem refúgio após o anúncio do lançamento de um míssil balístico norte-coreano. "Saiam imediatamente, saiam imediatamente", alertou o governo, pedindo aos residentes de Hokkaido que se abrigassem em um prédio ou no subsolo.

Segundo militares da Coreia do Sul, a Coreia do Norte lançou um míssil balístico em direção ao mar, dias depois que o líder norte-coreano, Kim Jong-un prometeu aprimorar seu arsenal nuclear de maneiras mais "práticas e ofensivas".

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que o lançamento ocorreu na manhã de quinta-feira. Segundo as autoridades, trata-se de um novo tipo de míssil, possivelmente de um combustível sólido.

Após o anúncio, os Estados Unidos, que realiza com as Filipinas o maior exercício militar conjunto da história do Indo-Pacífico, condenou o lançamento do míssil em um comunicado da Casa Branca. "Este lançamento constitui violação flagrante de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU, aumenta as tensões e corre o risco de desestabilizar a segurança da região", diz o comunicado.

O episódio é o último de uma sequência de lançamentos de mísseis que a Coreia do Norte realizou este ano para protestar contra os exercícios militares sul-coreanos-americanos, que vê como um ensaio para uma invasão.

Durante uma reunião militar na segunda-feira, Kim revisou os planos de ataque da linha de frente do país e vários documentos de combate e enfatizou a necessidade de reforçar sua dissuasão nuclear com "velocidade crescente de maneira mais prática e ofensiva", de acordo com a <i>Agência Central de Notícias Coreana</i> oficial da Coreia do Norte.

A <i>KCNA</i> disse que a reunião discutiu questões não especificadas relacionadas ao fortalecimento das capacidades de defesa e ao aperfeiçoamento dos preparativos de guerra para conter a ameaça representada pelos exercícios militares de seus rivais.

A Coreia do Norte há muito argumenta que os exercícios militares liderados pelos EUA na região são prova da hostilidade de Washington contra Pyongyang. O Norte disse que foi obrigado a desenvolver armas nucleares para lidar com as ameaças militares dos EUA, embora autoridades dos EUA e da Coreia do Sul tenham afirmado firmemente que não têm intenção de invadir o Norte.

Há preocupações de que a Coreia do Norte possa realizar seu primeiro teste nuclear em mais de cinco anos desde que revelou um novo tipo de ogiva nuclear no início deste mês. Especialistas estrangeiros debatem se a Coreia do Norte desenvolveu ogivas pequenas e leves o suficiente para caber em mísseis.

O lançamento de quinta-feira também ocorreu quando a Coreia do Sul acusou a Coreia do Norte de não responder às ligações sul-coreanas em um conjunto de linhas diretas intercoreanas transfronteiriças por cerca de uma semana.

A suposta suspensão da troca de mensagens nos canais de comunicação por parte da Coreia do Norte pode ser preocupante porque uma das funções das linhas diretas é evitar confrontos acidentais ao longo das fronteiras marítimas dos rivais.

No início desta semana, o ministro da Unificação da Coreia do Sul, Kwon Youngse, o homem de Seul no Norte, expressou "grande pesar" pela "atitude unilateral e irresponsável" da Coreia do Norte nas linhas diretas. Kwon também alertou sobre uma ação legal não especificada sobre o uso pelo Norte de ativos sul-coreanos em um parque fabril intercoreano agora paralisado na Coreia do Norte.

A Coreia do Sul retirou suas empresas de Kaesong, na Coreia do Norte, em 2016, após um teste nuclear norte-coreano, removendo o último grande símbolo remanescente da cooperação entre os rivais. A mídia estatal norte-coreana recentemente mostrou o que pareciam ser ônibus sul-coreanos circulando nas ruas de Kaesong e Pyongyang. <i>(COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)</i>

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