Cidades

Saberes em Casa amplia opções de aprendizagem para alunos do atendimento especializado

Nesta nova temporada do programa Saberes em Casa, professores da rede municipal de ensino têm aprimorado suas práticas pedagógicas semanalmente com uma programação repleta de atividades interativas, reflexões relacionadas à rotina escolar e dicas importantes que favorecem aos educandos com deficiência acessarem as propostas pedagógicas de sua turma com equiparação de oportunidades.

Na EPG Edson Nunes Malecka, no Jardim Ponte Alta, a professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) Alessandra Penha implementa propostas de atividades do Saberes em Casa durante o atendimento aos alunos. “Os quadros do programa que eu mais acompanho são Além das Letras, Desenvolvimento da Autonomia e Vivências na Creche. A partir das propostas apresentadas nesses quadros eu realizo as adaptações necessárias para facilitar a participação e possibilitar as aprendizagens de cada educando”, relata Alessandra, que acompanha cerca de 50 crianças na escola-polo de AEE. Ela cita ainda a atividade Nomes e Brinquedos, do quadro Além das Letras, na qual realiza adequações para trabalhar com os jovens.

Para o educando Bryan Carlos da Silva, de nove anos, a professora confeccionou etiquetas com a imagem e o nome do brinquedo, enquanto que ele identificava a etiqueta e colava no brinquedo correspondente. Para complementar, Bryan escrevia o nome do brinquedo com letras móveis. No desafio de identificar os objetos pessoais, Bryan digitou seu nome para confeccionar as etiquetas usadas na identificação de seus pertences. “A atividade amplia o vocabulário e o pareamento de palavras, estimula as percepções visual e auditiva, a construção do pensamento, além de trabalhar outras funções psicológicas superiores como memória e atenção”, explica Alessandra.

Já com o aluno Vinícius de Jesus Oliveira, de sete anos, para a mesma proposta a professora Alessandra realizou a adaptação de colar a etiqueta com o nome no próprio objeto, ou seja, a etiqueta com a palavra “livro” foi colada no próprio objeto. No desafio do dia, referente à identificação dos objetos pessoais, Vinicius usou as letras móveis escritas em papel adesivo para escrever o seu nome, colando-as em seus pertences.

Recentemente a professora também se inspirou na proposta O Mistério da Caixa, na qual foi abordada a percepção sensorial e também dicas para que as crianças pudessem adivinhar o que havia dentro da caixa. Nesse programa a história contada foi Não é uma Caixa, de Antoinette Portis, pela coordenadora de Programas Educacionais da EPG, Talita Brito.

“A professora acompanha o programa Saberes em Casa, o que me deixa muito feliz. É simplesmente encantador como ela adapta as propostas para os alunos que participam do atendimento educacional especializado, compreendendo suas particularidades. Ver o sorriso das crianças demonstrando a alegria ao realizar as propostas é uma satisfação para todos”, elogia Talita.

Diversidade e inclusão

Considerando as diferenças e singularidades de cada criança, as propostas educativas são mediadas com estratégias ou recursos diferentes que atendam às necessidades educacionais de cada educando e a possibilidade de exercer seu protagonismo na construção dos saberes necessários para sua formação integral.

No atendimento ao aluno Luiz Antonio Viel, de oito anos, que participa do AEE desde a Educação Infantil, é desenvolvida a comunicação alternativa das funções psicológicas superiores. “Utilizando recursos de baixa tecnologia assistiva por mim construídos e também os recursos da informática acessível, como computador com teclado ampliado e tablet, conseguimos ver um grande avanço na comunicação com a ampliação do vocabulário, avanços na escrita realizada pelo Luiz com letras móveis e digitação, bem como na leitura de textos dos livros infantis”, ressalta a professora Alessandra sobre garantir que o educando participe ativamente, ou seja, tenha acesso aos saberes com equiparação de oportunidades com os demais colegas da turma.

No quadro Desenvolvimento da Autonomia, a chefe da Divisão de Diversidade e Inclusão da Educação, Patrícia Matildes apresenta um conteúdo voltado diretamente à família da criança, aos professores do AEE, aos docentes da educação especial e aos estagiários em articulação com a equipe escolar. Os assuntos abordados incluem a continuidade à prática das atividades de vida diária, a importância de ressignificar o olhar, os comportamentos desafiadores da criança por meio de uma intervenção baseada na escuta da família, no acolhimento ao educando e na proposta pedagógica individualizada.

O programa Saberes em Casa foi criado em 2020 durante a pandemia para garantir a aprendizagem de todos os alunos por meio de quadros pautados no currículo da rede de ensino de Guarulhos. A ferramenta complementa as propostas educativas desenvolvidas nas unidades escolares, como atividades, jogos, roteiros de estudo e aprendizagem e orientações didáticas. No ano passado o programa virou uma política pública do município.

Para assistir aos vídeos do programa Saberes em Casa acesse www.youtube.com/@saberesemcasa.

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