As contas do Governo Central registraram déficit primário em março. No mês passado, a diferença entre as receitas e as despesas ficou negativa em R$ 7,085 bilhões, de acordo com o Tesouro Nacional. O resultado sucedeu o déficit de R$ 40,862 bilhões em fevereiro.
O saldo – que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – foi o pior desempenho para o mês desde 2022, quando o resultado havia sido negativo em R$ 6,418 bilhões.
O déficit do mês passado foi maior que a mediana das expectativas do mercado financeiro, que apontava um saldo negativo de R$ 4,70 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 19 instituições financeiras. O dado de março, porém, ficou dentro do intervalo das estimativas, que eram de déficit de R$ 40,00 bilhões a superávit de R$ 1,20 bilhões.
<b>Acumulado do ano e em 12 meses</b>
Nos três primeiros meses do ano, o resultado primário registrou superávit de R$ 31,4 bilhões, o melhor resultado desde 2022, quando chegou a R$ 50,026 bilhões.
Em março, as receitas tiveram queda real de 0,6% em relação a igual mês do ano passado. No acumulado do ano, houve baixa de 2,5%. Já as despesas caíram 0,9% em março, já descontada a inflação. No acumulado de 2023, a variação foi positiva em 1,1%.
Em 12 meses até março, o Governo Central apresenta um superávit de R$ 36,5 bilhões. A meta fiscal para este ano admite um déficit de até R$ 230 bilhões nas contas do Governo Central.
<b>Composição</b>
As contas do Tesouro Nacional – incluindo o Banco Central – registraram um superávit primário de R$ 13,260 bilhões em março, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro. No ano, o superávit primário acumulado nas contas do Tesouro Nacional (com BC) é de R$ 89,309 bilhões.
Já o resultado do INSS foi deficitário em R$ 20,346 bilhões no mês passado. No primeiro trimestre, o resultado foi negativo em 57,909 bilhões.
As contas apenas do Banco Central tiveram superávit de R$ 22 milhões em março e de R$ 102 milhões no acumulado de 2023 até o mês passado.
<b>Teto de gastos</b>
As despesas sujeitas ao teto de gastos subiram 7,1% no acumulado do ano até março na comparação com o mesmo período de 2022, segundo o Tesouro Nacional.
Pela regra do teto, o limite de crescimento das despesas do governo é a variação acumulada da inflação no ano passado. Porém, como o governo não ocupou todo o limite previsto em anos anteriores, na prática há uma margem para expansão de até 18,5%.
As despesas do Poder Executivo variaram 7% no período (a margem nesse caso é de 18,5%).