O dólar se valoriza após três dias de perdas ante o real. O mercado de câmbio se ajusta nesta sexta-feira, 12, à valorização externa da moeda norte-americana e das taxas dos Treasuries. Os investidores olham também a alta de 0,61% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em abril, que veio acima da mediana esperada pelo mercado (+0,55%), mas confirmando uma desaceleração ante o avanço de 0,71% em março.
A taxa acumulada pela inflação oficial do País neste ano ficou em 2,72%, e o resultado acumulado em 12 meses foi de 4,18% até abril, inferior à taxa de 4,65% até março, porém novamente acima da mediana de 4,12%, de acordo com o Projeções Broadcast. Os juros futuros reagem com elevação moderada.
A difusão do IPCA atingiu 66% em abril, ante 59,9% em março, calcula o economista da Terra Investimentos Homero Guizzo. A taxa mede a proporção dos 377 subitens do indicador que tiveram aumento de preços no período. A média dos núcleos acelerou a 0,51% no IPCA de abril, ante 0,37% em março.
Os investidores vão acompanhar nas próximas horas dados de confiança do consumidor americano e comentários de dirigentes do Federal Reserve. Ainda na agenda do dia está a participação do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Abry Guillen, na reunião trimestral com economistas. À noite, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, concede entrevista à CNN (22h15).
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após participar de um jantar para convidados, deixou o centro de convenções que sedia o G7 Financeiro e seguiu rumo ao hotel onde está hospedado. Com isso, Haddad encerra seus compromissos oficiais no Japão. Ele começa seu retorno ao Brasil amanhã para finalizar as negociações do arcabouço fiscal com o relator do texto, deputado Cláudio Cajado (PP). A apresentação do relatório fiscal na Câmara ficou para a semana que vem.
Em seu último dia de agenda oficial no Japão, Haddad se encontrou hoje com o Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz, que afirmou que o Banco Central está estrangulando a economia brasileira ao manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano.
"Estou preocupado com o Brasil. A taxa de juros real é a maior do mundo. É muito difícil ter crescimento com essa taxa. O Banco Central está estrangulando a economia brasileira", afirmou o economista após o encontro com Haddad em Niigata, cidade japonesa que sedia um encontro do G7 Financeiro.
Lá fora, as Bolsas mostram recuperação amena após dados de PIB do primeiro trimestre e produção industrial no Reino Unido melhores que o esperado e com ações do PacWest Bancorp subindo pré-mercado em Nova York, após tombo de 23% no mercado à vista ontem, bem como os papéis da Tesla são impulsionados pela escolha de uma nova CEO para o Twitter.
Às 9h34, o dólar à vista subia 0,33%, a R$ 4,9528,com uma realização após emendar ontem a terceira queda seguida, ampliando perdas no mês. O dólar junho ganhava 0,44%, a R$ 4,9725.