Um grupo de conselheiros de oposição do Corinthians, denominado "Frente Liberdade Corinthiana", divulgou um documento em que questiona o presidente Andrés Sanchez sobre a operação realizada para o clube receber o valor integral da venda do meia-atacante Pedrinho ao Benfica.
O Corinthians negociou o jogador com a equipe portuguesa por 20 milhões de euros (aproximadamente R$ 120 milhões, na cotação atual), sendo que era detentor de 70% dos direitos econômicos do jogador – os outros 30% eram de Will Dantas, empresário do atleta – e o pagamento se daria em quatro parcelas.
Na sua nota, a Frente Liberdade Corinthiana faz uma série de perguntas, entre elas se "foi pedida autorização do CORI para a realização dessas operações financeiras", se "a vinda de Yony González está ou não atrelada à venda de Pedrinho", "quais os valores exatos envolvidos em todas as operações financeiras relacionadas ao atleta Pedrinho, incluindo custos da operação e despesas diversas" e "quais os detalhes de cada uma das operações".
O grupo também questiona o relacionamento do Corinthians com Will Dantas: "Quanto o Corinthians deve ao empresário de Pedrinho? Que tipo de acordo foi feito com o empresário de Pedrinho? E quais os termos desse acordo?".
"Soa muito estranho esse pedido de antecipação total de valores da venda de Pedrinho feita de forma intempestiva e sem qualquer comunicação aos Conselhos e Conselheiros do Clube. Tudo isso exige explicações detalhadas. Uma operação desse vulto deve passar pela aprovação ao menos do CORI; porém, não existem informações se a autorização foi ou não solicitada", afirma trecho do documento.
Em grave crise financeira – terminou 2019 com dívida de R$ 665 milhões – e ainda sofrendo com a queda nas receitas em função da paralisação do futebol por causa da pandemia do coronavírus, o Corinthians fechou dois acordos envolvendo a transação de Pedrinho. Em acerto com um banco europeu, vai receber o valor das quatro parcelas de uma vez. E só precisará passar a parte destinada a Will Dantas em 2021.