O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) caiu 20,2 pontos em maio ante abril, para 190,3 pontos, informou nesta quinta-feira, 28, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Apesar da queda, o IIE-Br está 53,5 pontos acima do recorde anterior a momentos de incerteza econômica de antes da pandemia de covid-19 – o indicador atingiu 136,8 pontos, em setembro de 2015, em meio à recessão de 2014 a 2016. Por causa da pandemia, o IIE-Br subiu 95,4 pontos no acumulado de março e abril.
Para a FGV, a redução ainda mantém o IIE-Br em "patamar elevado".
"A atenuação foi influenciada pela redução relativa de notícias relacionadas à incerteza nos principais jornais do país, o que pode estar associado às perspectivas de reabertura dos mercados, assim como vem ocorrendo no exterior", diz a nota divulgada pela FGV.
O IIE-Br é composto por dois componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza; e o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA.
Na leitura de maio, os dois componentes apresentaram comportamento divergente. O IIE-Br Mídia recuou 24,2 pontos, para 171,1 pontos, contribuindo em 21,1 pontos para a queda do índice geral no mês – ainda assim, foi o segundo maior nível do componente na série histórica.
Já o IIE-Br Expectativa subiu 4,3 pontos, para 230,1 pontos, com contribuição de 0,9 ponto para o comportamento do IIE-Br. Nesse caso, o componente também atingiu o segundo maior nível da série, ficando atrás apenas de outubro de 2002 (257,5 pontos), quando a perspectiva da eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para seu primeiro mandato levou turbulência aos mercados financeiros.
A coleta do IIE-Br é realizada entre o dia 26 do mês anterior ao dia 25 do mês de referência.