Duas das 13 mulheres que acusam Gérard Depardieu de assédio sexual falaram, pela primeira vez, à emissora BFMTV, na última terça-feira, 23, sobre as violências sofridas do ator francês. Ele foi indiciado em março deste ano por "estupro" e "violência sexual" por conta de uma denúncia de Charlotte Arnould, em 2018, quando ela tinha 22 anos. Depardieu nega as acusações.
As atrizes Charlotte e Sarah Brook revelaram detalhes das agressões que sofreram. "Sinto que morri e que minha vida acabou. São cinco anos que vivo no inferno", confessou Charlotte, ressaltando que desde o episódio, que aconteceu na casa do astro de 74 anos, em agosto daquele ano, passou a sofrer de anorexia, bulimia, alcoolismo e escarificação.
Em sua declaração, Charlotte Arnould contou também que o comportamento do protagonista de <i>O Último Metrô</i> e <i>Cyrano de Bergerac</i> nos bastidores é de conhecimento no mundo do cinema e que nada feito contra ele. A atriz caracterizou a tolerância das produções com o francês uma referência à lei do silêncio da máfia.
Sarah Brooks declarou ter sido vítima de Gérard Depardieu nas filmagens da série <i>Marselha</i>. "Estávamos filmando em um estádio de futebol em Marselha… Depardieu estava ao meu lado, e enquanto uma multidão tirava nossa foto… Ele colocou a mão no meu short e na minha calcinha", lembrou.
Ela disse ainda que tentou denunciar a agressão, mas que os profissionais da equipe riram da situação. "Foi decepcionante, humilhante, chocante. Quem faz isso com uma garota de 20 anos?", falou.
A Justiça abriu em 2020 uma investigação contra o ator, que "nega formalmente todas as acusações", segundo declarações do escritório de advocacia Temime ao Mediapart.