Estoque total de crédito fica estável em abril em R$ 3,587 tri, diz BC

O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro ficou estável em abril ante março, em R$ 3,587 trilhões, informou nesta quinta-feira, 28, o Banco Central. Em 12 meses, houve alta de 9,6%. Os dados apresentados pelo BC são influenciados pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus, que colocou em isolamento social boa parte da população e reduziu a atividade das empresas.

Em meio à carência de recursos, famílias e empresas aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos.

Em abril ante março, houve redução de 0,9% no estoque para pessoas físicas e alta de 1,2% para pessoas jurídicas.

De acordo com o BC, o estoque de crédito livre avançou 0,5% em abril, enquanto o de crédito direcionado apresentou alta de 0,8%.

No crédito livre, houve baixa de 2,2% no saldo para pessoas físicas no mês passado. Para as empresas, o estoque avançou 1,4% no período.

O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) foi de 48,9% para 49,2% na passagem de março para abril.

As projeções do BC, atualizadas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março, indicam expansão de 4,8% para o crédito total em 2020. A projeção para o crédito livre em 2020 é de alta de 8,2%. Já expectativa para o crédito direcionado é de variação zero neste ano.

Essas projeções já levam em conta os efeitos da epidemia do novo coronavírus na economia, mas o BC lembrou que elas tiveram como data de corte o dia 13 de março. Desde então, as perspectivas mudaram, sendo que o próprio BC anunciou nos últimos meses medidas para sustentar o crédito.

<b>Habitação e veículos</b>

O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 0,9% em abril ante março, totalizando R$ 653,805 bilhões, informou o Banco Central.

Em 12 meses até abril, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 7,6%.

Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física recuou 1,5% em abril ante março, para R$ 206,237 bilhões. Em 12 meses, houve alta de 15,2%.

<b>Setores</b>

Em meio à pandemia do novo coronavírus, o saldo de crédito para as empresas do setor de agropecuária subiu 1,1% em abril, para R$ 28,362 bilhões, informou o Banco Central.

Já o saldo para a indústria avançou 2,5%, para R$ 666,416 bilhões. O montante para o setor de serviços teve alta de 0,1%, para R$ 848,644 bilhões.

No caso do crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), o saldo subiu 11,1%, aos R$ 11,659 bilhões.

<b>BNDES</b>

O saldo de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas recuou 0,9% em abril ante março, somando R$ 382,824 bilhões, informou o Banco Central. Em 12 meses, a queda acumulada é de 10,5%.

Neste período de pandemia, o BNDES tem participado de iniciativas do governo federal para manter a oferta de crédito para as empresas.

Em abril, houve recuo de 0,8% nas linhas de financiamento agroindustrial do BNDES, alta de 1,0% no financiamento de investimentos e queda de 1,4% no saldo de capital de giro.

<b>Setor não financeiro</b>

O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro subiu 0,6% em abril ante março, para R$ 10,778 trilhões. O montante equivale a 147,7% do PIB do Brasil, conforme dados divulgados pelo Banco Central.

O crédito ampliado inclui, entre outras, as operações de empréstimos feitas no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as operações com títulos públicos e privados. A medida permite uma visão mais ampla sobre como empresas, famílias e o governo geral estão se financiando, ao abarcar não apenas os empréstimos bancários.

No caso específico de famílias e empresas, o saldo do crédito ampliado avançou 1,8% em abril ante março, para R$ 6,281 trilhões. O montante equivale a 86,1% do PIB.

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