Os Estados Unidos e 13 países da região da Ásia e do Pacífico fecharam neste sábado um acordo para expandir a cooperação em cadeias de produção. A iniciativa é vista como uma vitória da nova iniciativa liderada pelos americanos para fortalecer laços econômicos com nações amigas na região, em meio a tensões crescentes com a China.
Mas algumas autoridades de comércio questionaram o foco crescente do governo de Joe Biden em proteger empregos domésticos e fortalecer a indústria dos EUA. Segundo eles, essas políticas prejudicam países menores e menos ricos, que dependem do comércio para crescer.
O acordo nas cadeias de oferta é parte do esforço do governo Biden para se aproximar de aliados e nações amigáveis na Ásia/Pacífico, no âmbito da chamada Estrutura Econômica Indo-Pacífico. A iniciativa cobre questões como comércio digital, energia limpa e políticas tributárias, como um meio de conter a China.
Secretária de Comércio americana, Gina Raimondo disse que os EUA esperam concluir as negociações gerais sobre o assunto até a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, em novembro em São Francisco, que Biden sediará.
Sob o novo pacto, as nações começarão a trabalhar juntas para fortalecer cadeias de produção em setores cruciais, além de estabelecer um mecanismo para evitar e responder a emergências similares à falta de semicondutores vista durante a pandemia da covid-19.
Em reuniões em Detroit nesta semana, a representante de Comércio dos EUA, Katherine Tai, enfatizou a política de comércio centrada em empregos, para maximizar benefícios para a classe média americana. Houve, porém, respostas céticas de algumas autoridades de outras nações.
"Nós vemos o comércio como uma solução, não um problema, pois as pessoas que trabalham nas indústrias envolvidas no comércio em nosso país recebem bem mais do que as demais", afirmou Damien O Connor, ministro do Comércio da Nova Zelândia. Ele disse preferir que regulações comerciais ou a política tributária sejam usadas para combater a desigualdade e apoiar os direitos trabalhistas, não a política comercial.
Vice-ministro do Comércio da Malásia, Liew Chin Tong disse ser simpático à visão de que os trabalhadores nos EUA devem se beneficiar do comércio. "O desafio é que isso não seja feito às custas dos nossos trabalhadores", afirmou.
A diretora-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, pediu que Tai tenha conversas mais próximas com pequenos países e nações em desenvolvimento, a fim de evitar a resistência às políticas americanas. Fonte: Dow Jones Newswires.