Estadão

Presidente da Argentina chega ao Itamaraty para cúpula de Lula, seu intercessor junto ao FMI

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, chegou já está no Palácio do Itamaraty para a cúpula promovida pelo Brasil com todos os chefes de Estado da América do Sul para a discussão de um possível bloco para unir a região. Fernández é um aliado de primeira hora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assumiu pessoalmente as negociações da dívida argentina junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

O presidente brasileiro reúne nesta terça em Brasília os chefes de Estado da América do Sul para retomar o diálogo estremecido nos últimos anos e propor a formação de um bloco com os 12 países. A iniciativa, porém, enfrenta obstáculos diante das diferenças ideológicas entre os presidentes.

Às margens do encontro do G7, Lula se reuniu no Japão com a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, e pediu "compreensão" em torno da situação econômica na Argentina, que viveu uma forte seca com prejuízo à agricultura e está em dívida com o organismo internacional. A vice-presidente do país vizinho, Cristina Kirchner, defende o calote.

A preocupação do governo brasileiro com a Argentina é política e econômica. Pelo lado político, Lula quer evitar uma derrota acachapante da esquerda nas eleições argentinas deste ano, pelo potencial de contaminar a disputa municipal de 2024 no Brasil. Na economia, o temor é uma crise ainda maior afetar as exportações brasileiras e desacelerar ainda mais a atividade nacional.

O governo federal estuda, inclusive, uma linha de crédito para financiar as exportações à Argentina com garantias dadas pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco dos Brics, hoje sob presidência da ex-presidente petista Dilma Rousseff.

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