As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta segunda-feira, 6, em um dia marcado pela espera de notícias sobre o desenrolar do conflito geopolítico no Oriente Médio. A volatilidade se acentuou durante a tarde, e os índices que vinham em queda se firmaram no território positivo, com a falta de notícias que indiquem os próximos capítulos nas tensas relações entre Estados Unidos e Irã, depois do ataque americano que matou o comandante da Guarda Revolucionária do Irã no Iraque.
O Dow Jones subiu 0,24%, a 28.703,38 pontos, o S&P 500 avançou 0,35%, a 3.246,28 pontos, e o Nasdaq fechou com alta de 0,56%, a 9.071,47 pontos.
Os mercados acionários abriram em queda com certa cautela dos investidores diante da escalada das tensões entre EUA e Irã no fim de semana, ainda repercutindo o assassinato do general Qassim Suleimani, chefe da milícia iraniana Quds, apontada como a responsável pela recente invasão da Embaixada dos Estados Unidos em Bagdá.
Nesta segunda-feira, Esami Ghaani, general iraniano que assumiu a liderança da Guarda Revolucionária do Irã prometeu se vingar do ataque promovido pelos Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, já havia afirmado no fim de semana que vai revidar de "maneira desproporcional" qualquer contra-ataque do Irã, que abandonou o acordo nuclear de 2015.
O mercado acompanhou novas declarações de autoridades iranianas e americanas. O ministro de relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse em sua conta oficial no Twitter que a ação americana que resultou na morte de Suleimani liberou "a fúria global antiamericana e um rancor mundial – em uma escala nunca vista na memória recente".
Os EUA, por sua vez, criticaram a Rússia e a China após os dois países terem impedido o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) de emitir uma declaração condenando o ataque à embaixada americana no Iraque, fato que antecedeu a ação dos EUA contra o Irã.
Na falta de notícias mais quentes sobre o desenrolar do conflito, os investidores aproveitaram a trégua no noticiário negativo para recompor algumas posições. Em relatório enviado à clientes, a Capital Economics avaliou que "a resposta limitada das ações dos EUA ao aumento das tensões no Oriente Médio parece refletir uma visão de que a economia dos EUA não será afetada pela última escalada das tensões". A instituição afirma, no entanto, que o mercado acionário americano deve "permanecer resistente", mas "não terá ganhos tão grandes quanto no ano passado".
Destaque para ações do Netflix que tiveram valorização de 3,05%. Os papéis da Alphabet (Google) subiram 2,67% e as ações do Facebook se valorizaram 1,88%.