A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro adiou reunião prevista para esta quinta-feira, 1º, devido à sessão no Senado Federal para discutir e votar a Medida Provisória 1.154/23, cuja data limite é hoje até 23h59. A MP criou o organograma do governo em funcionamento desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, caso não seja aprovada, a Esplanada dos Ministérios volta a ter, "na marra", a mesma configuração da gestão anterior, de Jair Bolsonaro (PL).
A nova data para o segundo encontro da CPMI do 8 de Janeiro será na próxima terça-feira, dia 6, às 9h. A previsão original era que a relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), apresentasse nesta quinta o plano de trabalho das investigações. Na prática, agora, ele será formalizado apenas na semana que vem. De acordo com informações da assessoria do Senado, Eliziane elaborou o plano levando em consideração as "centenas" de requerimentos já apresentados nessa fase inicial da CPMI.
A CPMI do 8 de Janeiro tem 180 dias para apurar os ataques às sedes dos três Poderes em Brasília e a tentativa de golpe do início deste ano. A instalação do colegiado, no último dia 25, foi marcada por tensão e bate-boca entre governistas e oposicionistas.
Como mostrou o <b>Estadão</b>, ao menos 15 integrantes da CPMI, entre titulares e suplentes, espalharam fake news sobre "infiltrados" nos ataques do 8 de janeiro. Buscas por palavras-chave do levantamento do <b><i>Estadão Verifica</i> detectaram 56 itens sobre infiltrados, publicados ao longo dos últimos cinco meses, como forma de influenciar a opinião pública a favor da abertura da investigação no Congresso. A coletânea de desinformação gerou mais de 880 mil curtidas, comentários e compartilhamentos.