A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, criticou o que entende como sinalizações distintas do Banco Central emitidas pelo comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) e a ata da reunião. "A impressão que eu tenho é que o comunicado é feito por um órgão e a ata é feito por outro", disse a ministra.
Mais cedo, o Banco Central divulgou a ata da mais recente reunião de política monetária. O documento deixou a porta aberta para um corte de juros em agosto, apenas seis dias depois de o comunicado da reunião não ter sinalizado, na visão de analistas, um afrouxamento monetário no curto prazo.
"Vem um comunicado <i>hard</i> e uma ata <i>soft</i>. Não dá para entender, por que estressar o Brasil, criar atritos desnecessários?", disparou Simone Tebet após acompanhar, no Palácio do Planalto, a cerimônia de lançamento do novo Plano Safra. "A ata reconhece que o Brasil está no caminho certo, que a equipe econômica está acertada", disse a ministra. "A ata mostra que estamos plantando segurança jurídica, previsibilidade."
<b>Convocação de Campos Neto</b>
A ministra afirmou acreditar que um convite ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para dar explicações no Senado "não será necessário".
Ela usou a palavra "convocação", mas desde a autonomia do Banco Central aprovada pelo Congresso o presidente da autarquia perdeu status de ministro. Assim, não pode ser convocado pelo Senado, apenas convidado.
"Eu, me despindo aqui por dois minutos da minha função de ministra e voltando ao momento que fui senadora, eu, num caso desse, sem dúvida convocaria presidente do BC. Mas não acredito que será necessário", declarou.