O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira, 29, ao desembarcar no Rio de Janeiro, que não descarta apoiar uma eventual candidatura de Michelle Bolsonaro. O ex-chefe do Executivo disse ainda que será um bom cabo eleitoral, caso seja considerado inelegível.
"Lógico que sim apoia uma candidatura de Michelle. Se eu estiver fora do jogo político, serei um bom cabo eleitoral. Tem vários bons nomes por aí, mas acredito até o último segundo na isenção e em um julgamento justo e sem revanchismo por parte do TSE", disse Bolsonaro.
A possibilidade de inelegibilidade de Bolsonaro até 2030 abre a disputa na direita pelo espólio do ex-presidente. Nomes como dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, despontam como fortes candidatos a ocupar o vácuo que poderá ser deixado pelo ex-chefe do Executivo. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho "01"; a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o general da reserva Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa derrotada nas eleições passadas, também são cogitados para substituir o ex-presidente no grupo bolsonarista em 2026.
<b>Anistia</b>
Bolsonaro citou a iniciativa de deputados bolsonaristas de tentar anistiá-lo, em caso de condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-presidente afirmou que o projeto de lei deve ser apresentado até a semana que vem: "anistia é prevista em regimes democráticos."
Já antecipando o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode deixar o ex-presidente inelegível por oito anos, aliados querem tentar anistiá-lo. O deputado Sanderson (PL-RS) irá apresentar um projeto de lei para todos os políticos que cometeram crimes eleitorais em 2022.
Neste cenário, todos os políticos que cometeram tais delitos, com exceção daqueles que não podem ser anistiados – terrorismo, tortura, racismo e crimes hediondos – teriam a punição anulada.
<b>Acampamentos de bolsonaristas</b>
O ex-presidente voltou a defender os manifestantes que acamparam em frente à quartéis pelo País. Segundo Bolsonaro, "não houve lideranças nos acampamentos" e que os apoiadores "estavam lá nos quartéis de forma ordeira e permitidos pelas Forças Armadas".
"Eram pessoas idosas com a Bíblia embaixo do braço e a bandeira do Brasil nas costas no 8 de janeiro. Alguns cometeram invasão, depredação, mas jamais golpe", disse.
Bolsonaro voltou a defender as suas declarações contra o sistema eletrônico de votação. "O próprio José Dirceu já disse que o TSE não dava garantia sobre o voto eletrônico. Falar em vacina, em voto, urna e sobre o PL da Censura passou a ser crime", disse.