Uma das vítimas do ator Kevin Spacey deu um depoimento sobre o caso que envolve agressões sexuais que teriam sido cometidas pelo ator entre 2001 e 2013 nesta segunda-feira, 3, em Londres. O artista é acusado de 12 assédios contra quatro homens. Ele nega as denúncias.
O denunciante, que não foi identificado por conta das leis britânicas, chegou a comparar Spacey ao personagem interpretado por ele no filme Se7en – Os Sete Crimes Capitais, de 1995, conforme informações da Variety. No longa, o ator interpreta um serial killer que comete crimes inspirados nos sete pecados capitais.
Segundo o homem, o artista chegava a rir após as agressões sexuais. "Eu costumava chamá-lo de esquisito. Eu costumava dizer: Você é a p**** de um esquisito. Ele costumava rir disso, costumava achar isso engraçado. Ele não tinha vergonha", comentou.
A vítima disse ter sofrido com agressões de Spacey "uma dúzia de vezes". A última vez em que o homem encontrou o ator foi ao levá-lo de carro a uma festa na década de 2000. Conforme o relato, o artista teria agarrado suas partes íntimas com tanta força que o denunciante quase bateu o carro.
Ele qualificou Spacey como "predador agressivo" e disse que o ator estava incomodado com a própria orientação sexual, segundo a AFP. "Não aguento ver esse homem. Me sinto mal", afirmou a vítima.
Questionado pela polícia sobre o motivo de não ter denunciado o artista anteriormente, ele respondeu que se sentia "envergonhado" e também temeu sofrer represálias profissionais. O homem contou que os abusos fizeram com que ele desenvolvesse depressão, ansiedade e estresse.
Na última sexta-feira, 30, data do início do julgamento, a Promotoria britânica qualificou Spacey como "um homem que não respeita os limites nem o espaço pessoal", que "gosta que outras pessoas … se sintam incomodadas, um assediador sexual". O julgamento deve durar quatro semanas no Tribunal da Coroa de Southwark, sul de Londres.
As denúncias contra o artista surgiram em meio ao movimento #MeToo em 2017. No ano passado, Spacey foi declarado inocente por uma das denúncias em Nova York. Em 2019, acusações de outra vítima foram retiradas.