Com vacina, Bolsa fecha em alta de 1,63%, perto da máxima do dia

A eficácia de 94,5% em resultados preliminares da terceira fase de testes com vacina da Moderna replicou, nesta segunda-feira, o entusiasmo global da segunda anterior com o imunizante da Pfizer, proporcionando nova rodada de apetite por risco em abertura de semana. Assim, em mais uma sessão de giro reforçado pelo ingresso de investidores na B3 em novembro, o Ibovespa fechou nesta segunda-feira, 16, em alta de 1,63%, aos 106.429,92 pontos, maior nível de encerramento desde 4 de março (107.224,22 pontos).

Saindo de mínima na abertura a 104.728,51 pontos, o índice foi no fim da tarde, perto do encerramento, aos 106.518,16 pontos, em alta na casa de 1,7% na máxima intradia, o melhor nível desde 5 de março (107.216,56 pontos). O volume financeiro atingiu R$ 54,3 bilhões, superando o da terça-feira, 10, quando havia chegado a R$ 51,2 bilhões. No mês, o Ibovespa sobe 13,28%, o melhor desempenho até aqui do ciclo de recuperação iniciado em abril (10,25%), limitando agora as perdas do ano a 7,97%.

O fluxo estrangeiro em novembro na B3 está positivo em R$ 16,678 bilhões, resultado de compras de R$ 145,418 bilhões e vendas de R$ 128,739 bilhões até a última quinta-feira (12). No ano, os saques estrangeiros estão em R$ 68,208 bilhões. Caso novembro tivesse se encerrado na quinta-feira, seria o maior ingresso nominal mensal, sem correção inflacionária, desde 1995.

Após ter fechado a semana passada com ganho de 3,76% no período, e perto do topo do fim de julho, correspondente a 105,7 mil pontos, "o patamar dos 106 mil será chave para o mercado na semana", na medida em que seu rompimento "sacramenta a perna de alta vinda desde os 93 mil pontos, com volume muito acima da média", observa Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. "Com isso, o índice finalmente entrará em tendência de alta no curto prazo, com alvo na faixa de 110 mil pontos", acrescenta. Para o analista, o viés positivo somente perderá força se o índice voltar a ficar abaixo de 100 mil pontos, "justamente o patamar rompido com um dos maiores volumes da história do mercado – ou seja, temos um bom suporte para sustentar essa tese".

"Continuamos acompanhando o exterior, especialmente as notícias positivas que têm chegado sobre as vacinas. Assim, o padrão é semelhante ao observado na semana passada, com rotação de carteira, de ações mais apreciadas para aquelas mais atrasadas – o que aparece também nesta vantagem recente do Dow Jones sobre o Nasdaq", observa Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura. "Passado o segundo turno, e este entusiasmo global que se vê no momento, é provável que se volte a olhar mais para dentro."

Nos EUA, o diretor do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, afirmou hoje que as pessoas que não fazem parte dos grupos de risco devem começar a ser vacinadas a partir do fim de abril de 2021, em processo que deve durar alguns meses até que a maior parte da população esteja imunizada. O infectologista disse também que as primeiras doses contra covid-19 devem começar a ser distribuídas nas últimas semanas de dezembro. As previsões foram feitas quando Fauci comentava os resultados da Moderna sobre o seu imunizante.

Nesta segunda-feira, com o petróleo Brent para janeiro em alta de 2,43%, a US$ 43,82 por barril no fechamento da ICE, as ações da Petrobras tiveram alta em torno de 3% (PN +2,92% e ON +3,24%), enquanto as de bancos, outro carro-chefe do Ibovespa, avançaram entre 2,57% (BB ON) e 7,25% (Santander). Destaque também para Vale ON (+2,64%). Na ponta do índice, empresas associadas à movimentação de pessoas: Azul subiu 10,86%, à frente de Gol (+8,49%) e de Embraer (+8,05%). No lado oposto, Braskem cedeu 3,12%, Totvs, 2,45%, e Lojas Americanas, 1,95%.

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