Estadão

Agenda esvaziada e temor com fraqueza mundial limitam alta do Ibovespa por commodities

A alta das commodities é insuficiente para empolgar o Ibovespa, em dia de agenda esvaziada no Brasil. Além disso, as bolsas internacionais operam em direções divergentes, se dividindo entre dados fracos de atividade e balanços trimestrais dos Estados Unidos, um dia depois da decepção com dados da China.

Após cair 0,45%, na mínima aos 117.693,29 pontos, o Índice Bovespa foi para o território de leve valorização e quase tocou o nível dos 119 mil pontos (máxima a 118.731,86 pontos, em alta de 0,43%). "Lá fora passou a ficar um pouco melhor, mas está bem devagar. Aqui, não tem novidades e o volume financeiro tem sido baixo. O mercado fica à espera do Fed na semana que vem, da decisão do Copom em agosto e da safra de balanços do Brasil", avalia Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

De fato, reforça Rosiane Duarte, analista da Toro Investimentos, a ausência de informações novas deixa o Ibovespa à mercê da volatilidade. "Abriu no zero a zero e caiu. Tenta passar por alguma correção desde meados de junho, sem saber se vai mirar o nível dos 125 mil pontos ou se corrigirá, indo para a faixa dos 116 mil pontos", diz.

Nos EUA, as vendas no varejo subiram 0,2% em junho ante maio, ficando menores do que a previsão de analistas de 0,6%. A produção industrial do país caiu 0,5% no mês passado em relação ao anterior (projeção de estabilidade).

No caso dos balanços, o Bank of America surpreendeu e viu salto no lucro do segundo trimestre, enquanto o Morgan Stanley entregou ganhos menores, mas também foi melhor que o estimado pelo mercado.

O sinal de enfraquecimento mundial nos indicadores de atividade pode ser bem visto do ponto de desinflação, de forma a instigar menos juros no mundo, mas eleva a percepção de recessão, a poucos dias da decisão do Fed. A expectativa é de que o juro americano suba 0,25 ponto porcentual na semana que vem, ficando dúvidas em relação às próximas reuniões.

De acordo com a analista da Toro, o início da temporada de balanços no Brasil, sobretudo de empresas ligadas a commodities e de instituições financeiras, pode dar algum norte ao Ibovespa. "Pode dar indicar algum cenário. Nos Estados Unidos, temos de acompanhar dado a dado, as falas de membros do Fed. Por enquanto, a expectativa é de alta de 0,25 ponto nos juros americanos", avalia Duarte.

No Brasil, Weg inaugura a temporada de balanços do segundo trimestre isolada. A safra de resultados esquenta na semana que vem, a partir da terça-feira, 25, quando Carrefour, Neoenergia e Telefônica Brasil informam seus números.

A Vale também deve ficar no foco nesta terça-feira, 18. A mineradora divulga seus dados de produção e de vendas relativos ao período de abril a junho, enquanto o balanço da empresa será divulgado no próximo dia 27.

Às 11h30 desta terça, as ações da Vale subiam 0,29%. Hoje, o minério de ferro fechou em alta de 0,66% em Dalian, na China, enquanto o petróleo subia acima de 1,00%. Os papéis da Petrobrás caíam 0,10% (PN) e -0,28% (ON), enquanto o Ibovespa tinha elevação de 0,19%, aos 118.388,65 pontos. Na segunda-feira, 17, o Índice Bovespa subiu 0,43%, fechando aos 118.219,46 pontos.

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