O resultado das transações correntes ficou negativo em junho deste ano, em US$ 843 milhões, informou nesta quarta-feira, 26, o Banco Central. Este é o pior desempenho para meses de junho desde 2019, quando o saldo foi negativo em US$ 2,960 bilhões. Em maio, o resultado foi superavitário em US$ 337 milhões (dado revisado).
O número da conta corrente em junho ficou bem abaixo da mediana do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que apontava para superávit de US$ 1,100 bilhão. O intervalo ia de déficit de US$ 2,194 bilhões a superávit de US$ 1,900 bilhão.
Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 8,603 bilhões em junho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,483 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 6,161 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 1,031 bilhão.
No primeiro semestre, a conta corrente teve rombo de US$ 13,803 bilhões. Em 12 meses, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 49,967 bilhões, o que representa 2,50% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o maior déficit em proporção do PIB desde abril deste ano, quando ficou em 2,73%.
A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 45 bilhões em 2023, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.
<b>Viagens internacionais</b>
A conta de viagens internacionais registrou déficit de US$ 909 milhões em junho, informou o Banco Central. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. Em junho de 2022, o déficit nessa conta foi de US$ 808 milhões.
O desempenho da conta de viagens internacionais no mês passado foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,417 bilhão. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 508 milhões em junho.
No primeiro semestre, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 3,853 bilhões. No mesmo período do ano passado, o déficit nessa conta foi de US$ 3,592 bilhões.
<b>IDP</b>
Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 1,880 bilhão em junho, informou o Banco Central (BC). No mesmo período do ano passado, o montante havia sido de US$ 5,228 bilhões. Em maio, entraram US$ 5,380 bilhões em IDP.
O resultado ficou bem abaixo do piso das estimativas apuradas pelo , que iam de US$ 5,000 bilhões a US$ 7,400 bilhões. A mediana estava em US$ 6,200 bilhões.
No primeiro semestre, o fluxo de IDP ficou em US$ 31,573 bilhões. Em 12 meses, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 80,020 bilhões, o que representa 4,01% do Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa do BC para este ano é de IDP de US$ 75 bilhões, projeção que foi mantida no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.