O Ministério da Saúde de Portugal está empenhado em fortalecer os cuidados de saúde primários no país e, para isso, está buscando médicos estrangeiros que possam assegurar o atendimento a cidadãos que não possuem médico de família atribuído. As regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve foram identificadas como áreas prioritárias para essa iniciativa.
A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) está liderando o esforço de recrutamento, com um foco particular em médicos brasileiros. A proposta visa preencher a escassez de médicos de família em centros de saúde nessas regiões específicas. Como parte do incentivo, os médicos selecionados receberão um salário bruto mensal de 2.863 euros. Além disso, será concedido um subsídio diário de refeição no valor de seis euros para auxiliar nas despesas diárias.
A carga horária prevista para os profissionais será de 40 horas semanais. Uma flexibilidade adicional é oferecida, permitindo que os médicos optem por concentrar sua semana de trabalho em quatro dias, o que pode ser vantajoso tanto para os médicos quanto para a organização do serviço de saúde.
Segundo a ACSS, é fundamental que os médicos possuam o reconhecimento de suas qualificações estrangeiras no contexto de Portugal. A experiência também é valorizada, com a preferência por candidatos que tenham pelo menos cinco anos de prática médica após a conclusão de sua formação.
Para facilitar a disseminação do anúncio, a ACSS está colaborando com universidades brasileiras. Por meio desse canal, a informação está sendo transmitida aos ex-alunos dessas instituições de ensino, bem como aos profissionais que têm vínculo com hospitais associados às universidades.
O ministério da saúde português esclareceu, contudo, que este não é um concurso de recrutamento tradicional. Trata-se, na verdade, de uma manifestação de interesse destinada a identificar potenciais candidatos que reúnam as condições necessárias para contribuir com o sistema de saúde do país europeu. O órgão frisou ainda que o que se pretende é contratar médicos, e não especialistas em medicina geral e familiar. Segundo o Ministério, a medida se faz necessária para que Portugal assegure o atendimento de cidadãos que não têm médico de família atribuído, que eram mais de 1,6 milhões em julho.
Foto: Manuel Roberto