Um dos roqueiros mais lendários do mundo latino-americano, Sixto Rodrigues, retratado no excelente documentário <i>Procurando Sugar Man</i>, de 2012, morreu nesta quarta-feira, 9, aos 81 anos. A causa ou outros detalhes sobre sua morte não foram divulgados, mas a família confirmou em suas redes sociais.
Sixto, nascido em Detroit, nos Estados Unidos, era filho de imigrantes mexicanos e só lançou dois álbuns: <i>Cold Fact</i>, em 1970, e <i>Coming from Reality</i>, em 1971. Eles não fizeram sucesso algum nos Estados Unidos, mas acabaram sendo levados para a África do Sul, onde Sixto se tornou uma celebridade. O curioso foi que nem Sixto soube disso à época. Cansado de tentar um espaço no meio musical e não ter, acabou deixando os palcos e trabalhando em subempregos nos Estados Unidos.
Quando a internet chegou, nos anos 90, sua obra começou a ser redescoberta também fora da África do Sul. Ele voltou a cantar e a fazer turnês, mas seu nome só se tornaria realmente grande quando, em 2012, o documentarista sueco Malik Bendjelloul lançasse o filme <i>Procurando Sugar Man</i>, sobre o percurso enigmático do músico que, durante anos, havia sido alvo de boatos. Chegaram até mesmo a dizer que ele havia se suicidado em pleno palco. O filme acabaria ganhando o Oscar de melhor documentário, em 2013.
Sixto, chamado assim por ser o sexto filho em sua família, cantava um folk rock típico do início dos anos 70. A canção batizada <i>Sugar Man</i>, o termo usado no título do doc, é um de seus clássicos, lançada em Cold Fact. Cantando sobre a opressão sofrida pelos trabalhadores pobres nos Estados Unidos, ganhou conexão imediata com os sul-africanos contrários ao regime do Apartheid.