Apesar de destacar a redução dos índices gerais de inflação nos últimos meses, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira, 10, que os preços de serviços ainda "preocupam um pouco mais" por estarem caindo "mais lentamente".
"Temos preocupação específica com a inflação de serviços, que não tem caído tanto quanto as outras inflações", afirmou ele, durante audiência no plenário do Senado. "Quando se olha o núcleo da inflação de serviços, tirando os itens mais voláteis, não tem caído."
O IBGE divulga nesta sexta, 11, o resultado fechado do IPCA em julho. A prévia do indicador (o IPCA-15) registrou deflação de 0,07%, com recuo dos preços de energia elétrica e alimentos.
Conforme a lei de autonomia, em vigor desde 2021, o presidente do BC tem de ir ao Congresso Nacional prestar esclarecimentos ao menos duas vezes ao ano sobre a condução da política monetária. Desta vez, o encontro aconteceu depois de o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciar a primeira queda da Selic em três anos (de 13,75% para 13,25%).
Campos Neto disse que o BC fez "um pouso suave" da inflação sem comprometer a economia do País. "A mensagem é de que o BC fez um bom trabalho em termos de pouso suave, que é trazer a inflação para baixo com o menor custo possível. É difícil achar outro país que trouxe a inflação para baixo nessa proporção sem comprometer o crescimento e o emprego no período", disse. Segundo ele, o BC pode chegar ao "menor patamar de juros possível". "O que mais queremos fazer é uma queda de juros estruturada. Mas é preciso fazer isso com credibilidade. Às vezes, os critérios técnicos se distanciam dos anseios (políticos)."
Campos Neto defendeu novamente o regime de metas de inflação brasileiro, que, segundo ele, tem se mostrado eficiente para manter a inflação controlada. Ele também repetiu que a autonomia da instituição auxilia o combate à inflação.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>