O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu nesta sexta-feira, 11 que as expectativas de inflação no Brasil estão mais ou menos dentro da banda da meta até 2025. "Há sempre um debate se o País deveria elevar mais os juros e sacrificar mais a economia e ter um pequeno ganho na inflação, ou será que deveria olhar um horizonte mais longo. Olhar horizonte mais longo de convergência sempre tem o risco de perder credibilidade. E o custo de retomar essa credibilidade é muito alto", afirmou, em palestra no Fórum de Gestão Empresarial da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), em Curitiba.
Campos Neto também voltou a dizer que alguns países como o Brasil estão conseguindo fazer um "pouso mais suave" no combate à inflação, sem "danificar tanto" suas economias.
"A Europa tem tido dificuldade com a desinflação e o caso da Inglaterra salta aos olhos. Eles estão no processo dede subida de juros, talvez devessem ter começado antes ou feito mais rápido", avaliou, na palestra.
Campos Neto destacou que a inflação nos Estados Unidos começou a cair mais recentemente, e repetiu que Brasil e Chile lideram a convergência mais rápida do processo inflacionário na América Latina. "Mas o custo de aperto monetário no Chile foi maior do que no Brasil, em termos de crédito e emprego", completou.
<b>China</b>
O presidente do BC destacou ainda a surpresa de crescimento do PIB na China. Ele lembrou que parte do consumo chinês tem implicação importante para Brasil. "Estamos acompanhando. Esse crescimento tende a se estabilizar em nível mais baixo. Se crescimento da China surpreender para nível mais baixo ainda, vai impactar emergentes", completou.