O dólar operou em alta nesta segunda-feira, 14, favorecido por interpretações de que a inflação dos Estados Unidos ainda está alta, o que poderá levar a dirigentes do Federal Reserve (Fed) a serem rígidos nas suas próximas decisões. Um dos destaques da sessão foi o tombo do peso argentino, após o resultado surpreendente do candidato ultraliberal Javier Milei nas eleições primárias.
O índice DXY que mede o dólar ante rivais fortes, subiu 0,34%, aos 103,190 pontos. Ao fim da tarde, o dólar subia a 145,44 ienes, o euro recuava a US$ 1,0913 e a libra tinha baixa a US$ 1,2687.
A Convera destaca que um começo de semana "tranquilo" para o que pode ser uma semana "barulhenta" ajudou o dólar a acelerar ante rivais. O impulso da moeda, segundo análise, também foi motivado por dados mais fracos de todo o mundo, com destaque para a China, que ajudou na busca por cautela. "Os mercados continuam estabelecendo uma barra alta para o Fed subir em setembro, mas a inflação elevada manteve a porta aberta para os dirigentes do Federal Reserve (Fed) apertarem novamente as taxas de juros antes do final do ano.
Segundo análise, a resiliência econômica dos EUA também está impulsionando os rendimentos dos Treasuries, tornando o dólar mais atraente e diminuindo as expectativas de que o Fed corte as taxas em breve. A Convera indica que agora os olhares se voltam para dados de vendas no varejo, que serão divulgados amanhã.
Para o ING, a junção das taxas de juros altas nos EUA, uma economia doméstica "surpreendentemente forte" e um ambiente de investimento estrangeiro suave se combinaram para manter o dólar forte nos últimos meses. "É difícil ver isso mudando muito nos próximos meses, mas até o quarto trimestre, acreditamos que haverá evidências suficientes de uma desaceleração dos EUA para o dólar embarcar em uma tendência de baixa".
O dia também foi marcado pela renovação do recorde do dólar blue ante o peso argentino, seguindo a força do candidato da oposição do governo argentino, Javie Milei, nas eleições primárias ontem. No fim da tarde, o dólar blue avançava 13,22%, a 685 pesos argentinos, de acordo com o jornal <i>Ámbito Financiero</i>. Na visão da ANZ, o peso também acompanhou as altas de juros do BC local, a 118%, "enquanto a incerteza política varria os mercados após a eleição presidencial, onde o populista Javier Milei obteve forte apoio".
O rublo, por sua vez, também ficou sob forte pressão durante o dia, após o Banco Central do país anunciar que fará uma reunião emergencial amanhã para discutir o nível atual dos juros", que atualmente está em 8,50%. No horário, entretanto, o dólar caía a 97,035 rublos.
Olhando para o euro, a Convera ainda destaca que a moeda pode precisar de "surpresas positivas nos dados" para ajudá-lo a interromper sua sequência de perdas. Já a libra deverá acompanhar dados desta semana, que incluem a taxa de desemprego amanhã, dados da inflação na quarta-feira e as vendas no varejo na sexta-feira.