O Índice de Tendência Econômica da Facamp (ITE-Facamp) caiu 0,03% na margem em junho, na série com ajuste sazonal, após ter avançado 0,16% em maio. A queda do ITE na margem levou a uma alta residual, de 0,01%, no segundo trimestre do ano.
Na comparação interanual, o ritmo de crescimento do indicador acelerou de 1,2% em maio para 1,3% em junho. Na soma de 12 meses, o ITE avançou 1,8% nesta leitura.
Na avaliação da Facamp, em nota, o resultado do mês sugere um Produto Interno Bruto (PIB) com variação positiva no segundo trimestre de 2023. A instituição ainda destaca que houve heterogeneidade no comportamento dos setores da economia, com os Serviços sendo o principal responsável pela trajetória da atividade econômica em terreno positivo.
"Apesar da desaceleração nos últimos meses, o setor de serviços continua apresentando resultados positivos, explicados pela recuperação longa pós-pandemia e por políticas recentes de estímulo a renda, como a tímida valorização real do salário mínimo e o novo programa Bolsa Família", explicou o professor de macroeconomia da Facamp, Saulo Abouchedid. "A combinação desse desempenho com a importância do setor de serviços na composição do PIB justifica a previsão de crescimento tímido no segundo trimestre, mesmo com desempenhos preocupantes na indústria e no varejo", acrescenta.
Para a Facamp, o crescimento da atividade no segundo semestre dependerá do início dos efeitos de políticas econômicas de médio e longo prazo, como a redução da taxa de juros, o programa Minha Casa Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma vez que o desempenho forte da agropecuária no primeiro trimestre tende a não se repetir à frente e que há dúvidas sobre a continuidade de efeitos de outras medidas, como a valorização do salário mínimo e do programa Bolsa Família.
A projeção da Facamp para o ITE de 2023 é de crescimento de 2,0%.
Segundo a Facamp, o ITE tem um coeficiente de correlação de Pearson de 0,79 em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) divulgado pelo IBGE. Na comparação com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), a correlação é de 0,85 em abril.