Duas das principais autoridades de saúde do governo Donald Trump disseram neste domingo que os Estados Unidos vão viver um momento decisivo nesta semana, quando espera-se que o surto atinja seu pico em lugares como Nova York, e com o aumento de casos em New Jersey e New Orleans.
"A próxima semana será o nosso momento Pearl Harbor, será nosso momento 11 de Setembro, o momento mais difícil para muitos americanos em toda a sua vida", disse Jerome Adams, diretor do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos, cargo que equivale ao de ministro da Saúde.
A comparação com o ataque contra a base naval de Pearl Harbor, na 2ª Guerra, e com o atentado terrorista contra o World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, foi um alerta contundente de Adams a alguns Estados que não adotaram medidas restritivas.
"Creio que 90% dos americanos estão fazendo a sua parte, até mesmo nos Estados onde não há decretos em vigor. Mas, se esses governadores não podem nos dar 30 dias de quarentena, então nos deem uma semana ou o que puderem para não sobrecarregarmos os nossos sistemas de saúde na próxima semana", declarou.
As terríveis advertências de Adams foram repetidas pelo médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, que instou os americanos a "ficarem em casa e assistirem ao noticiário". "Vai ser uma semana muito ruim. Vai ser chocante para alguns, e é realmente perturbador de ver, mas é isso que vai acontecer antes que as coisas comecem a melhorar."
O próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo, em sua conta no Twitter, que haverá "duas semanas difíceis pela frente". Trump disse que se reuniria na tarde de ontem com a força-tarefa da Casa Branca sobre o coronavírus.
"Nós estamos aprendendo muito sobre o Inimigo Invisível. Ele é duro e esperto, mas nós somos mais duros e mais espertos!", afirmou Trump, também no Twitter.
Os avisos vieram em meio ao aumento do número de casos e de mortes em vários Estados americanos. Nova York continua sendo o epicentro da pandemia de coronavírus nos EUA. No domingo o Estado totalizou 4.159 mortes, e o número de casos atingiu 122.031. Na cidade de Nova York, o número era de 67.551 infectados.
Mas o total de mortos e infectados também aumentou em Michigan, Louisiana e New Jersey, e alguns governadores pediram uma determinação nacional para que as pessoas fiquem em casa. Em New Jersey, o número de casos cresceu 25% em um dia, chegando a 34 mil casos. O número de mortos aumentou 30%, com 200 mortos de sábado para Domingo.
Já New Orleans se tornou o símbolo do desleixo da Louisiana no combate ao coronavírus. O Estado demorou para tomar medidas de confinamento e permitiu que o famoso carnaval de New Orleans ocorresse normalmente. O número de casos no Estado aumentou 35%, chegando a 12.400 casos até ontem, com mais de 400 mortos em um único dia.
"Esses Estados devem se tornar os novos epicentros da pandemia nos EUA nos próximos dias, e isso é um sinal de como eles demoraram para agir", disse Gary Wagner, professor de epidemiologia da Universidade da Louisiana. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>