MP-RJ pede e juiz arquiva inquérito de racismo contra Ramírez, do Bahia

O juiz Marcel Laguna Duque Estrada, da 36ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, determinou o arquivamento do inquérito policial de racismo no caso do jogador Ramírez, atacante do Bahia. Em partida do Campeonato Brasileiro de 2020, o meia Gerson, do Flamengo, acusou o atleta colombiano de falar "cala a boca, negro", em discussão durante jogo disputado em dezembro.

A decisão atende a um pedido do Ministério Público do Rio Janeiro. O promotor de justiça Alexandre Themístocles pediu o arquivamento por considerar que o conjunto das provas não corroborava a versão de Gerson.

Ramírez negou ter chamado Gerson de "negro" e se defendeu dizendo ter gritado "juega rapido, hermano", em espanhol. Colegas de Flamengo de Gerson que testemunharam no processo, Rodrigo Caio e Natan contaram não ter ouvido a ofensa, assim como membros da arbitragem do jogo e o então técnico do Bahia, Mano Menezes.

Themístocles também cita laudo do perito oficial do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, que "não indica a ocorrência da agressão verbal noticiada por Gerson Santos da Silva. A prova técnica tão somente degrava trecho de entrevista e diálogos entre o atleta Gerson e o treinador Luiz Antonio Venker Menezes", além de recursos tecnológicos e as câmeras de campo.

Gerson fez a denúncia em entrevista logo após o término da partida, vencida pelo Flamengo por 4 a 3. O Bahia chegou a afastar Ramírez, mas reintegrou o atleta por considerar que não havia evidências que ele de fato havia cometido racismo. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) já havia arquivado o inquérito contra o atacante na esfera esportiva.

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