Depois de mais de 270 dias afastado da seleção brasileira, Neymar falou. Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 7, o craque foi direto ao falar de sua condição física após longo período afastado por lesão, admitiu que sentiu saudades de estar na seleção e, explicou como vê o trabalho de Fernando Diniz reinventando o futebol.
Os problemas físicos de 2023 começaram em fevereiro. Ainda pelo PSG, o atacante sofreu uma entrada em um jogo e acabou tendo um problema no tornozelo direito. Após exames e uma tentativa de tratamento convencional, o jogador teve que passar por cirurgia e ficou fora de ação por mais de cinco meses. Já em seu novo clube, o Al-Hilal, o brasileiro teve problemas no músculo femoral da perna direita e Jorge Jesus, treinador do clube saudita, comentou em coletiva que não entendia como uma atleta lesionado era convocado para sua seleção. Nesta quinta-feira, Neymar fez questão de explicar que está pronto para o jogo.
"Não lembro das palavras do (Jorge) Jesus. Mas acho que ele disse na intenção de preservar o jogador. Estou bem fisicamente e não é a primeira vez que sou convocado desta forma (vindo de lesão). Eu estava pronto para jogar a última partida pelo Al-Hilal, mas acabei sofrendo uma pancada no último treino antes do jogo e fui preservado pelo Jesus para poder jogar pela seleção", explicou Neymar ao falar de sua questão física.
A última vez que Neymar esteve com a seleção brasileira foi no duelo pelas quartas de final da Copa do Mundo do Catar, contra a Croácia. Depois da derrota nas penalidades mais de 270 dias se passaram e Neymar viveu momento diferentes. Após não conseguir conquistar o título mundial pela terceira vez em sua carreira, o craque brasileiro admitiu que pensou em não jogar mais pela equipe. Contudo, o atacante explicou que a saudade bateu muito forte e a volta foi a única opção.
"Tu já saiu de casa? Sentiu saudade? Eu também. São 13 anos de seleção e eu sei que uma hora vai acabar. Naquele momento (que falei que não voltava) era o que eu pensava. Eu não fico fazendo joguinho. Eu senti saudade e me coloquei à disposição. Depois de muita pressão da família, dos amigos, eu quis voltar e estou aqui porque quero estar aqui e disputar mais uma Copa do Mundo. Vi com eles (família e amigos) que vale a pena estar aqui com a seleção", explicou de forma direta o jogador.
O retorno de Neymar acontece em um cenário diferente. Depois da eliminação para a Croácia, Tite deixou o comando da equipe. Em 2023, o jogador teve uma lesão no tornozelo defendendo o PSG e teve que passar por uma cirurgia que o deixou fora de ação por mais de cinco meses. Neste meio tempo, a seleção brasileira teve Ramon Menezes como treinador interino em amistosos e Fernando Diniz assumiu o comando da equipe nacional pelo próximo ano. Sobre o trabalho com o novo técnico do Brasil, o jogador foi direto e ressaltou o que salta aos olhos.
"Acho que o trabalho do Diniz é completamente diferente do que já presenciei. A maioria dos treinadores que eu já tive eram parecidos, faziam basicamente a mesma coisa, e ele quer reinventar o futebol. Eu converso com Marquinhos, Casemiro e ele perguntou o que a gente tinha achado do treino e eu falei que tinha sido muito diferente", explicou Neymar após dois treinos com o novo técnico.
"Eu o conheci há pouco tempo. Tive dois ou três contatos com ele. Mas ele é um cara muito diferente porque ele se preocupa com o atleta fora de campo. Ele já falou diversas vezes que se preocupa se a gente está feliz, porque feliz a gente vai render em campo. Ele se preocupa com detalhes que parecem não fazer diferença em campo mas fazem", completou Neymar.
A estreia de Fernando Diniz e a provável volta do atacante com a seleção brasileira acontece nesta sexta-feira, 8, no estádio Mangueirão. A seleção brasileira abre sua participação nas Eliminatórias Sul-Americanas contra a Bolívia, às 21h45.
CAMPEONATO SAUDITA MELHOR QUE O FRANCÊS?
Pela primeira vez, de maneira pública, Neymar comentou sobre sua ida para o Al-Hilal. Depois de seis anos no PSG, o atacante aceitou uma proposta milionária do clube saudita e fechou um contrato de dois anos. Questionado sobre a troca de clube, o jogador valorizou o campeonato nacional colocando em dúvida a qualidade que tinha o torneio nacional da França.
"Te garanto que o futebol lá é o mesmo. A bola é redonda, tem gol e pelos nomes que foram para lá eu não sei se está melhor que o Campeonato Francês. Mas o principal é que a cabeça está boa, eu estou feliz. O treinamento lá é intenso, a sede de ganhar minha e dos meus companheiros é imensa. Todo mundo falava a mesma coisa, que é um campeonato bem mais fraco, quando eu fui para o campeonato francês e foi o lugar que eu mais apanhei na minha vida. Tenho muita vontade de conquistar títulos pelo Al-Hilal", finalizou o atleta.