O inglês Sebastian Coe, presidente da World Athletics, a federação internacional de atletismo, afirmou, nesta segunda-feira, em um programa de televisão alemão, que não vai parar a luta contra o doping, apesar da pandemia do coronavírus.
"Seria ridículo se eu dissesse que isso não terá nenhuma influência. Acho que todos sabemos disso", disse Coe. "Mas não quer dizer que nenhum atleta está em uma zona fora dos testes. Esse não é o caso." O dirigente alertou para que nenhum atleta pense em participar de competições sem levar em conta a integridade do esporte.
Outro participante do programa, o virologista Alexander Kekulé, por exemplo, expressou suas dúvidas sobre a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio no ano que vem com o sistema antidoping paralisado por meses.
O diretor geral da Agência Mundial Antidoping (Wada, sigla em inglês), Oliver Niggli, por outro lado, destacou que a luta contra o doping não é composta apenas por testes, mas também existem outras ferramentas como controle de passaporte biológico de atletas. "Ele nos fornece panorama de anos e que será de interesse quando houver fases sem controles antidoping."
Várias agências nacionais confirmaram ao canal alemão que atualmente os testes foram reduzidos ao mínimo devido às restrições existentes e à necessidade de proteger a saúde dos atletas e funcionários. "O sistema de controle antidoping foi reduzido para quase zero", admitiu o diretor da agência antidoping da Alemanha, Andres Gotzman.
Já o diretor administrativo da agência austríaca, Michael Cepic, revelou uma "redução acentuada" nas atividades, enquanto na Noruega os testes foram reduzidos e na Rússia as análises em treinamentos foram interrompidas no domingo passado.
O Laboratório de Controle de Testes Antidoping de Colônia também registra uma clara tendência de queda, de acordo com seu diretor Mario Thevis. "A evidência que nos chega é entre 10 e 20% do que esperaríamos neste período."