Em manhã de disputa técnica em torno da formação da última taxa Ptax de janeiro no mercado de câmbio, o dólar à vista mostra volatilidade nesta sexta-feira, 29. A moeda americana abriu em queda, mas já passou a subir. O sinal positivo se firmou, aparentemente, após a divulgação do déficit recorde do setor público em 2020. Um viés de baixa predominou nos mercados à vista e futuro mais cedo.
A queda inicial foi influenciada pela desvalorização da divisa americana ante pares emergentes do real ligados a commodities no exterior e com alguma pressão também de investidores vendidos em contratos cambiais (apostaram na baixa das cotações).
Depois dos primeiros negócios, o dólar já ensaiou viés de alta no mercado à vista, que não se sustentou por muito tempo, sob pressão de comprados em câmbio e com investidores atentos também à alta do dólar frente pares principais, como euro, libra, em meio à aversão ao risco no exterior.
Com o aumento do déficit público e do risco fiscal, a alta do dólar parece ter se firmado por enquanto. No radar está ainda o leilão de linha de rolagem de fevereiro, de até US$ 1,5 bilhão (10h15), mas que apenas evita demanda adicional no mercado à vista, segundo operadores.
Analistas afirmam que há motivos para um ajuste para cima do dólar e das taxas de juros futuras, como os riscos fiscais e sanitários no País, além de que as taxas vêm de uma sequência de baixa após a ata do Copom. Expectativas e incertezas sobre as eleições às presidências da Câmara e do Senado, na segunda-feira, dia 1º de fevereiro, pesam também no sentimento dos investidores.
O Banco Central informou que o déficit primário do setor público somou R$ 702,950 bilhões em 2020 (9,49% do PIB) – volume recorde.
Às 9h55, o dólar à vista subia 0,48%, a R$ 5,4645. O dólar para março – contrato futuro mais líquido a partir de hoje – ganhava 0,38%, a R$ 5,4660.