Déficit primário soma R$ 702,950 bilhões em 2020 (9,49% do PIB), diz IBGE

Em um ano marcado pelos gastos do governo federal em ações contra a pandemia do novo coronavírus, as contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 702,950 bilhões em 2020, informou nesta sexta-feira, 29, o Banco Central (BC). O resultado equivale a 9,49% do Produto Interno Bruto (PIB). Este rombo fiscal é recorde para um único ano, considerando a série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001. Apenas em dezembro, o déficit primário foi de R$ 51,837 bilhões.

O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento da dívida pública. Em função da pandemia, cujos efeitos econômicos se intensificaram em março, o governo federal e os governos regionais passaram a enfrentar um cenário de forte retração das receitas e aumento dos gastos públicos.

O déficit fiscal em 2020 ocorreu na esteira do rombo de R$ 745,266 bilhões do Governo Central (10,06% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 38,748 bilhões (0,52% do PIB) no período. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 38,286 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 462 milhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 3,567 bilhões no período.

<b>Déficit nominal</b>

O setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 1,015 trilhão em 2020, o Banco Central. Em 2019, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 429,154 bilhões. O montante de 2020 equivale a 13,70% do Produto Interno Bruto (PIB).

O resultado nominal representa a diferença entre receitas e despesas do setor público, já após o pagamento dos juros da dívida pública. Em função da pandemia do novo coronavírus, que reduziu a arrecadação dos governos e elevou as despesas, o déficit nominal tem sido mais elevado nos últimos meses.

Em dezembro, o déficit nominal somou R$ 75,808 bilhões. No mês passado, o governo central registrou déficit nominal de R$ 64,939 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 9,143 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram déficit nominal de R$ 1,726 bilhão.

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