Estadão

Bolsas da Europa fecham mistas, antes do CPI dos EUA e da decisão de juros do BCE

As bolsas da Europa fecharam mistas nesta terça-feira, 12, enquanto o mercado aguarda a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos na quarta-feira, que pode dar pistas sobre o futuro da trajetória dos juros americanos, e a decisão monetária do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira, 14.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 0,41%, aos 7527,53 pontos; em Frankfurt, o DAX caiu 0,54%, aos 15715,53 pontos; em Paris, o CAC 40 perdeu 0,35%, aos 7252,88 pontos; em Milão o FTSE MIB subiu 0,21%, aos 28584,58 pontos; em Madri, o Ibex 35 avançou 0,26%, aos 9459,80 pontos; e, em Lisboa, o PSI 20 caiu 0,04%, aos 6153,34 pontos. As cotações são preliminares.

A expectativa de aceleração no CPI americano, <i>como mostrou o Projeções Broadcast</i>, dá força ao argumento de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) ainda não chegou ao fim do seu ciclo aperto monetário, levantando preocupações sobre a economia global. Na zona do euro, as incertezas sobre os próximos passos do BCE colaboraram para a cautela nos mercados acionários da região.

"Os investidores estão divididos sobre se o Banco Central Europeu cumprirá ou não a sua décima rodada de altas de juros", comentou o Stifel.

Em destaque, o avanço de 2,59% do papel da Stellantis ajuda o desempenho da Bolsa de Milão, em meio às negociações com o sindicato americano de trabalhadores de montadoras (United Auto Workers, UAW). A categoria reduziu o porcentual de reajuste salarial que está demandando das automotivas, de 40% a 30%, segundo reportou a imprensa.

Já em Londres, a alta é puxada pela ação da Associated British Foods (+5,50%), depois de a empresa, dona da varejista Primark, elevar o guidance fiscal de 2023 pela segunda vez no ano. Barclays também se destacou, com ganhos de 2,52% após o sindicato da categoria expor demissão em massa de 450 pessoas. A AJ Bell afirmou que o número de ações em alta no FTSE 100 nesta terça sugere que a confiança do investidor está acelerando.

O Julius Baer, por sua vez, disse nesta terça continuar preferindo as ações dos EUA às da Europa, afirmando que as europeias inverteram totalmente o seu desempenho superior ante o mercado acionário americano, desde as mínimas de outubro do ano passado. "Continuamos preferindo os EUA às ações europeias, com uma preferência setorial por tecnologia da informação, comunicações e cuidados de saúde", falou em relatório.

O banco suíço destacou que a dinâmica econômica tem sido notavelmente resiliente nos EUA, enquanto na Europa tem se mostrado mais fraca do que o esperado. "Em segundo lugar, as ações dos EUA estão muito mais expostas aos vencedores da inteligência artificial (IA) , que estiveram na vanguarda da recuperação das ações este ano. Ambos os fatores se traduziram em revisões de lucros muito mais fortes nos EUA em comparação com a Europa."

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