Sob os efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus, o setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou déficit primário de R$ 51,837 bilhões em dezembro, informou nesta sexta-feira, 29, o Banco Central. Em novembro deste ano, havia sido registrado déficit de R$ 18,140 bilhões.
O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento da dívida pública. Em função da pandemia, cujos efeitos econômicos se intensificaram em março, o governo federal e os governos regionais passaram a enfrentar um cenário de forte retração das receitas e aumento dos gastos públicos.
O resultado fiscal de dezembro foi composto por um déficit de R$ 44,661 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 5,876 bilhões no mês. Enquanto os Estados registraram um déficit de R$ 3,706 bilhões, os municípios tiveram resultado negativo de R$ 2,169 bilhões. As empresas estatais registraram déficit primário de R$ 1,300 bilhão.
<b>Juros</b>
O setor público consolidado teve gasto de R$ 312,427 bilhões com juros em 2020, após esta despesa ter atingido R$ 367,282 bilhões em 2019, informou o Banco Central. O resultado do ano passado representa 4,22% do Produto Interno Bruto (PIB).
O governo central teve no ano passado despesas na conta de juros de R$ 266,657 bilhões. Os governos regionais registraram gasto de R$ 38,799 bilhões e as empresas estatais, de R$ 5,971 milhões.
Em dezembro, o gasto com juros somou US$ 23,971 bilhões. O governo central teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 20,277 bilhões. Os governos regionais registraram gasto de R$ 3,267 bilhões e as empresas estatais, de R$ 426 milhões.