A derrota por 4 a 2 para o Flamengo, quinta-feira, em Porto Alegre, ampliou números negativos do Grêmio. O time aumentou o seu jejum de vitórias para cinco jogos, além de ainda não ter conseguido superado adversários do G6 do Campeonato Brasileiro. Cenário ruim que ficou em segundo plano, nas últimas horas, após Renato Gaúcho atacar a imprensa gaúcha.
Irritado com as cobranças que considera injustas, ameaçou os jornalistas na entrevista coletiva após a derrota. "Eu não tenho medo de nenhum de vocês. Vou dar o nome, deixar vocês mais famosos. Depois se acertem, se entendam com a torcida do Grêmio", atacou.
Além disso, prometeu ir, na próxima semana, ao programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, para debater com os participantes. "É fácil bater e não ter que rebater. Vou fazer o Sala de Redação semana que vem, duas horas ao vivo. Conversaremos sobre futebol e veremos o quanto vocês entendem. Vocês seguirão falando as besteiras, mas estaremos ao vivo. Eu vou estar lá. Quero estar lá e veremos o quanto entendem de futebol", afirmou.
Renato ainda reverberou incidentes do clássico Gre-Nal, vencido pelo Internacional por 2 a 1, com um gol nos acréscimos, de pênalti. E criticou novamente a imprensa ao comentar gesto feito pelo meia-atacante Thiago Galhardo em live após o confronto.
"Vocês (jornalistas) têm que cobrar do jogador do Inter, que não falarei o nome, mas vocês sabem quem é. Ele fez o cheirinho de título faltando seis rodadas e não vi ninguém criticá-lo. O Inter tem um grande time, está liderando, mas faltam seis rodadas. Se o treinador ou um jogador do Grêmio faz isso, cai o mundo. Vão lá perguntar por que fez aquele gesto", disse.
As declarações de Renato foram alvo de nota da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (Aceg), divulgada nesta sexta-feira, em tom de repúdio. A entidade ainda reclamou do modelo de entrevistas coletivas adotado pelo Grêmio, com as perguntas dos jornalistas sendo gravadas.
"Renato coloca os milhões de torcedores do Grêmio contra a imprensa esportiva", afirma trecho da nota. "A ACEG se solidariza e presta apoio aos cronistas que exercem seu trabalho e, atualmente – mais do que nunca, são o elo entre os torcedores e os clubes. Vamos lutar para que atos como esse não tornem a ocorrer e os jornalistas possam atuar com liberdade e segurança de que necessitam para bem realizar o seu trabalho", acrescenta Alex Bagé, presidente da associação.