Com 79 anos de idade e 55 de profissão, o pediatra Henrique Klajner ficou chateado (e um tanto contrariado) ao ter que fechar temporariamente seu consultório na semana passada. Idoso e, portanto, parte do grupo de risco para quadros graves de coronavírus, ele foi convencido pelo filho, o também médico Sidney Klajner, a não trabalhar mais presencialmente.
"Ele me disse para parar de ir ao consultório, mas ainda fiz atendimentos por mais uma semana. Agora estou recluso por ordem do filho", brinca Henrique.
Foi também por sugestão de Sidney que o pediatra decidiu iniciar as consultas online. "Não queria parar de atender porque gosto de ajudar. É difícil abandonar um paciente, então ele me deu essa ideia. Uso Whatsapp, FaceTime, o que for possível na hora. Sou idoso, mas sou um entusiasta da tecnologia. Agora entrei de cabeça. Nessa semana, já fiz três consultas e foi muito bacana. Já tenho outras agendadas para a semana que vem", conta o especialista, animado.
Para Henrique, a telemedicina, além de evitar o deslocamento de pessoas, pode ser uma alternativa para aproveitar a expertise dos profissionais mais velhos sem que eles tenham que ser expostos ao risco. "Já me cadastrei no Einstein como voluntário. Sei que não posso ficar na linha de frente, mas posso dar apoio na retaguarda", diz ele referindo-se ao Hospital Albert Einstein, instituição que ajudou a fundar e hoje é presidida pelo filho. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>