O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, terão nesta quarta-feira, 27, o primeiro encontro desde a posse do petista, em 1º de janeiro. Nestes 269 dias, Campos Neto foi por algumas vezes alvo da retórica do presidente contra a manutenção dos juros em nível alto. O líder do Executivo chegou a chamar o chefe da autoridade monetária de "este cidadão", "tinhoso" e "teimoso".
Por muitas vezes, coube ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o papel de "bombeiro".
Haddad, aliás, também estará na reunião no Palácio do Planalto, às 17h30, de Brasília.
O encontro vem em um momento em que uma parcela dos aliados de Lula reduziu o tom das críticas a Campos Neto e ao BC, justamente por causa do início do ciclo de redução da Selic.
Mas nomes influentes no entorno de Lula, como a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), seguem com falas duras. Na semana passada, após o Comitê de Política Monetária (Copom) decidir unanimemente pela queda dos juros básicos em 0,50 ponto porcentual, a 12,75%, a parlamentar reclamou de um processo de baixa feito "a conta-gotas".
De todo modo, como apurou a <i>CNN Brasil</i>, a reunião desta quarta-feira representará ao menos um gesto de aproximação entre os presidentes da República e do BC, que solicitou ao Executivo a audiência.
No entorno de Lula, segundo a emissora, o encontro está sendo visto como um modo de selar uma convivência mais adequada entre eles, ainda que sem uma pacificação definitiva.