Estadão

Festival do Rio reafirma potência da produção do País ao celebrar 25 anos

Até o dia 15, o Rio se transforma na capital brasileira do cinema. Como realização, o Festival do Rio é obra de um colegiado, mas destacam-se duas mulheres. Ilda Santiago assina a direção de programação, a curadoria dos filmes que compõem a seleção, distribuída por diversas mostras. Walkiria Barbosa coordena o Rio Market, que aborda parcerias, sistemas de produção e distribuição. Ilda gosta de dizer que a Première Brasil é a menina dos olhos do evento. A mais importante janela para a produção cinematográfica do País.

A Première Brasil deste ano está empenhada em afirmar a potência, e diversidade, da produção brasileira. Mas o Festival do Rio não é só a Première Brasil, com sua seleção de 90 títulos distribuídos em mostras competitivas de ficção e documentário e mais seções como Novos Rumos, Itinerários Únicos. Tem também o Panorama Mundial, Midnight Movies, Clássicos e Cults, A Cinemateca É Brasileira e ainda Especial Séries Brasileiras. No total serão exibidos mais de 200 filmes em diferentes pontos do Rio, incluindo salas de ruas e de shoppings, centros culturais e até o Cinema na Praia, em Copacabana. A programação contempla sessões oficiais – as galas de filmes nacionais e estrangeiros -, exibições com acessibilidade e homenagens.

Em comunicado oficial, Ilda Santiago diz que o Festival do Rio é uma celebração e um convite para novas aventuras. "São diversas ações que criamos para os mais variados públicos e gostos, para comemorar as 25 edições do festival."

Na verdade, o que muita gente quer ver são os filmes que já chegam avalizados pela participação – e premiação – nos grandes festivais internacionais. Berlim, Cannes, Veneza. Algumas dessas atrações são Pobres Criaturas/Poor Creatures, de Yorgos Lanthimos, que venceu o Leão de Ouro em Veneza; Hitman, de Richard Linklater, que também esteve em Veneza; Monster/Monstros, de Hirokazu Kore-eda, que integrou a seleção de Cannes; e Fronteira Verde, de Agnieszka Holland, que estremeceu Veneza e é objeto de polêmica na Polônia. Brasileiros no exterior? Firebrand, de Karim Aïnouz, e The Ballad of a Hustler/Invisíveis, de Heitor Dhalia.

No segmento Itinerários Únicos, podem ser vistas obras como Dario Argento Pânico, de Simone Scafidi; Godard Cinema, de Cyril Leuthy; e Werner Herzog, Um Sonhador Radical, de Thomas Von Steinaecker. Já a mostra Midnight Movies traz Corta!, a extravagante paródia de filmes de mortos-vivos de Michel Hazanavicius; Kubi, de Takeshi Kitano; e o resgate de duas obras brasileiras, A Super Fêmea, de Aníbal Massaini Neto, com Vera Fischer, e Os Homens Que Eu Tive, de Teresa Trautman.

No Especial Séries Brasileiras estão, entre outros destaques, João Sem Deus: A Queda de Abadiânia, de Marina Person, e Resistência Negra, de Mayara Aguiar. Para seu encerramento, no dia 14 – a premiação será o fecho, no dia 15 -, o Festival do Rio programou duas galas. Priscilla, de Sofia Coppola, que valeu a Cailee Spaeny a Copa Volpi de melhor atriz em Veneza, e o gran finale, o drama brasileiro O Sequestro do Voo 375, de Marcus Baldini, diretor de Bruna Surfistinha, que reconstitui o episódio real ocorrido em 1988, quando um brasileiro desempregado – e revoltado com a situação do País sob a presidência de José Sarney – sequestrou um avião que pretendia lançar sobre o Palácio do Planalto.

<b>Troféu redentor</b>

A competição principal de filmes que concorrem ao Troféu Redentor está dividida em duas categorias:

Longas de ficção – Ana, de Marcus Faustini; A Batalha da Rua Maria Antônia, de Vera Egito; A Festa de Leo, de Luciana Bezerra e Gustavo Melo; As Polacas, de João Jardim; Até Que a Música Pare, de Christiane Oliveira; Cinco da Tarde, de Eduardo Nunes; Estranho Caminho, de Guto Parente; Levante, de Lilah Halla; O Dia Que Te Conheci, de André Novais Oliveira; O Mensageiro, de Lúcia Murat; Onoff, de Lírio Ferreir; Pedágio, de Carolina Markowicz; e Sem Coração, de Nara Normande e Tião.

Longas documentário – Assexybilidade, de Daniel Gonçalves; Black Rio!Black Power!, de Emílio Domingos; Helô, de Lula Buarque de Hollanda; Línguas da Nossa Língua, de Estevão Ciavatta; O Coro do Te-Ato, de Stella Oswaldo Cruz Penido; Othelo, o Grande, de Lucas H. Rossi dos Santos; e Utopia Tropical, de João Amorim.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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