Estadão

Ex-primeiro-ministro, Nawaz Sharif, volta ao Paquistão antes da votação parlamentar

O ex-primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, voltou ao país neste sábado, em um avião fretado vindo de Dubai. A chegada de Sharif, que foi eleito primeiro-ministro três vezes, marca o fim de um exílio auto-imposto de quatro anos em Londres, enquanto procura ganhar o apoio dos eleitores nas eleições parlamentares marcadas para janeiro.

O regresso ocorre em um momento em que o Paquistão enfrenta uma turbulência política cada vez mais profunda e uma das suas piores crises econômicas. Em Lahore, apoiadores de Sharif decoraram a cidade com suas fotografias e bandeiras do partido. "Hoje estou indo para o Paquistão depois de quatro anos e me sinto muito feliz com a graça de Alá", disse Sharif a repórteres antes de partir de Dubai para Islamabad. Ele ainda criticou a situação política e econômica do país, mas afirmou que deixa tudo "nas mãos de Deus".

Sharif deverá enfrentar forte concorrência do partido do ex-primeiro-ministro e de seu principal rival, Imran Khan. Ele recebeu um voto de desconfiança em abril de 2022 e atualmente está preso, depois que um tribunal o condenou e sentenciou a três anos em um caso de corrupção. Já Sharif está foragido desde que não compareceu perante um tribunal paquistanês em 2019, após a sua condenação a uma pena de prisão de 10 anos por acusações de corrupção.

Khan, na época, permitiu que ele viajasse ao exterior para receber tratamento médico após reclamar de dores no peito. Mais tarde, Sharif prolongou a sua estadia em Londres, dizendo que os seus médicos não lhe permitiam regressar ao Paquistão. Um tribunal federal do Paquistão concedeu-lhe na quinta-feira vários dias de proteção em casos de corrupção, abrindo caminho para o seu regresso.

A decisão de quinta-feira do Supremo Tribunal de Islamabad de permitir o seu regresso foi um grande impulso para Sharif e o seu partido, que lutam para contrariar a popularidade de Khan, que continua a ser a principal figura da oposição. Sharif ainda enfrenta vários desafios legais. Um governo provisório está atualmente no poder e realizará a votação em janeiro.

Fonte: Associated Press

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