Estadão

Consumo interno de produtos químicos cai 15% em agosto ante mesmo mês de 2022, diz Abiquim

O Consumo Aparente Nacional (CAN) de produtos químicos de uso industrial caiu 15%, em termos de volume em agosto deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022, aponta o Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC), feito pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Entre os componentes que integram o cálculo do CAN, o índice de produção recuou 15,54% em agosto na comparação anual, o de importações apresentou queda de 13,5% e o de exportações caiu 15,8%, ambos no mesmo período de comparação. O índice de vendas internas, por sua vez, registrou piora de 5,02% na relação anual.

Na comparação de agosto ante julho deste ano, o CAN registrou redução de 7,9%. Já no indicador de vendas internas, houve melhora de 7,97% em agosto ante julho, mas a alta recente não compensou as fortes quedas de vendas dos meses anteriores.

De acordo com a Abiquim, o nível de utilização da capacidade instalada foi de 59% em agosto, um recuo de nove pontos percentuais na comparação anual (68%) e 3 pontos ante o mês anterior (62%). O valor está no patamar mais baixo da história dos indicadores da entidade.

Já na média entre janeiro e agosto, o índice totalizou 65%, seis pontos percentuais abaixo ante igual período do ano passado (71%), o que representa o nível mais baixo da série desde 2007.

"O resultado da manutenção desse quadro difícil e desafiador pode ser o fechamento de plantas do setor químico, como, aliás, vem acontecendo nos últimos 30 anos", afirmou a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira.

Em termos de presença no mercado, a Abiquim aponta que além do aumento da participação do produto importado sobre a demanda, há ainda uma segunda preocupação, que é o recuo na demanda final por produtos químicos no mercado doméstico pelo segundo ano consecutivo. Conforme a entidade, o cenário reflete que o cliente também está sofrendo com a possível importação de bens e produtos de uso final.

De janeiro a agosto, o índice de preços dos produtos químicos caiu 17,25% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O indicador é medido pelo IGP Abiquim-Fipe, que também registrou deflação nominal de 2,51% em agosto na comparação com julho deste ano.

Segundo Fátima, as perspectivas não são animadoras caso se leve em conta a aproximação do inverno no hemisfério norte, que deve afetar sobretudo o mercado europeu com custos altos dos energéticos.

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