O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, disse nesta terça-feira, 17, que uma "devassa" no sistema interligado nacional de energia será realizada após o ocorrido no Amapá, para que os órgãos responsáveis possam identificar se existe algum ponto do sistema com problema. Segundo Pepitone, a previsão está em ofício editado pela diretoria da Aneel, em que se demanda do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) uma "verdadeira varredura" no sistema.
"Para identificar se existe algum ponto do sistema numa situação de suprimento como estava a de Macapá, vamos fazer o que podemos chamar dessa devassa no sistema interligado nacional", disse Pepitone em comissão no Congresso durante audiência pública para prestar esclarecimentos sobre o apagão no Amapá.
Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), apesar de um dos transformadores da subestação no Macapá estar em manutenção há quase um ano, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), órgão do governo responsável por avaliar as condições e a segurança do abastecimento de energia do País, não fez qualquer menção aos riscos que isso poderia trazer ao fornecimento do Estado no último ano.
Na comissão, Pepitone mencionou também que a Aneel já iniciou os estudos para aprimorar o atendimento de energia no Amapá. Uma das possibilidades analisadas é fazer com que a energia produzida pelas usinas de Cachoeira Caldeirão e de Ferreira Gomes, que ficam no Amapá, também possa ser injetada no sistema da companhia de distribuição que atende ao Estado.
Segundo ele, se esse formato já estivesse em vigor, por meio de outra subestação, o Amapá não estaria vivenciando a atual situação. Depois do incêndio na subestação de Macapá ocorrido no dia 3, a população enfrenta até esta terça racionamento de energia. "Está em estudo a melhor forma, e a menos onerosa, para o consumidor", disse Pepitone, que foi cobrado por senadores para que o Estado tenha um melhor atendimento de energia.
"Também soltamos ofício da fiscalização, pelo fato de que quando houve desligamento de carga, a usina de Coaracy Nunes não entrou de imediato, houve um atraso", disse Pepitone, segundo quem a agência também deverá regulamentar procedimentos relativos a comunicação de ocorrências graves e indisponibilidade prolongada no sistema interligado nacional.