Mercados iniciam semana de olho em reaceleração de casos da covid-19 no mundo

Os mercados devem abrir a semana acompanhando pari passu os sinais de reaceleração de casos da covid-19 pelo mundo, que provocaram fuga do risco na sessão de sexta-feira. Nos Estados Unidos, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), o registro de novas infecções em 24 horas renovou dois recordes seguidos no fim de semana. Já a China ordenou o isolamento de 500 mil pessoas nas cercanias de Pequim.

O CDC informou, no domingo, 28, que 44.703 casos de covid-19 foram notificados em 24 horas nos EUA ante 44.602 no sábado. Antes disso, o maior número de casos registrados em um dia havia sido em 6 de abril, com 43.438.

Pela primeira vez, os dados apontam mais de 34 mil registros da doença por dia durante cinco dias consecutivos, puxados pelo disparada de notificações na Flórida. No Estado, o sexto com mais infecções, 130 mil pessoas estão com o novo coronavírus – o dobro em relação há um mês. Mas ocorre também aumento de casos em outros Estados do Sudoeste e do Sul americano.

"Os mercados precisam se preparar para restrições no Arizona e na Carolina do Sul, pelo menos, durante as próximas duas semanas, bem como fechamento de sete municípios da Califórnia. Não podemos descartar também ações em muitos outros Estados", disseram analistas da Pantheon Macroeconomics, em relatório enviado a clientes na tarde deste domingo.

No total, segundo o CDC, 2.504.175 contaminações pelo coronavírus aconteceram nos EUA, sendo que 125.484 infectados acabaram morrendo por causa da doença, o maior número em todo o mundo.

No mundo como um todo, mais de 10 milhões de pessoas foram infectadas e 500 mil pessoas morreram pela doença, que teve as primeiras notificações na China.

China, aliás, que ordenou o confinamento de quase meio milhão de pessoas que vivem no cantão de Anxin, localizado a 60 quilômetros ao sul de Pequim, na província de Hebei. A capital do país vive um novo surto de covid-19, já qualificado como "sério e complexo" pelo governo central.

Por outro lado, podem dar alívio ao sentimento dos investidores notícias relacionadas à vacina contra a covid-19.

O grupo farmacêutico China National Biotec Group (CNBG) informou neste domingo, 28, que uma vacina contra o novo coronavírus em desenvolvimento pela empresa se mostrou capaz de imunizar todas as pessoas que receberam as doses.

<b>Brasil</b>

No Brasil, o governo federal anunciou no sábado, 27, um acordo de cooperação para produção em território nacional de vacina de prevenção à covid-19, em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido) e a AstraZeneca. Em um primeiro momento, o País irá produzir 30,4 milhões de doses de vacinas, previstas para dezembro deste ano e janeiro de 2021.

Os técnicos do Ministério da Saúde enfatizaram que a vacina só será administrada se ficar comprovada a eficácia e segurança do imunizante. Para a primeira fase dessa parceria, no entanto, o Brasil assume os riscos da pesquisa. Ou seja, a tecnologia será paga mesmo sem os resultados finais dos ensaios clínicos.

Até a noite deste domingo, segundo o Ministério da Saúde, 57.622 pessoas haviam morrido no Brasil em decorrência do novo coronavírus. O total de casos ultrapassa a marca de 1,3 milhão.

<b>Pesquisas</b>

O fim de semana também foi marcado pela divulgação de pesquisas de opinião no País. Segundo o DataPoder360, instituto vinculado do site <i>Poder360</i>, 52% dos entrevistados querem que o presidente Jair Bolsonaro deixe o cargo.

A taxa variou quatro pontos para cima desde o último levantamento, publicado em 12 de junho. O apoio para que Bolsonaro mantenha-se no Planalto é de 38%, o que representa uma queda de cinco pontos porcentuais em apenas duas semanas. Outros 10% não souberam responder.

A pesquisa foi realizada de 22 a 24 de junho de 2020, por telefone, com 2.500 entrevistas em 549 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.

Já o Datafolha apontou que o apoio à democracia chegou ao recorde de 75% – o maior índice da série histórica, iniciada em 1989. Por sua vez, 10% dos entrevistados consideraram que a ditadura é aceitável em algumas ocasiões. Foram ouvidas 2.016 pessoas nos dias 23 e 24, por telefone. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

Em dezembro, última sondagem em que foi feita a mesma pergunta, 62% apoiavam a democracia e um número semelhante ao de agora, 12%, a ditadura.

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